Aprovado pela Alesp, soro anti-Covid, do Instituto Butantan, está na fase de testes em humanos

Medicação identificou resultados positivos em testes com ratos de laboratório
22/07/2021 14:40 | Covid-19 | Lucas Cheiddi - Foto: Matheus Batista

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Soro anti-Covid do Instituto Butantan<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2021/fg270763.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2021/fg270764.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Instituto Butantan<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2021/fg270765.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o desenvolvimento do soro anti-Covid pelo Instituto Butantan está na fase de testes em humanos. Somente após a sua conclusão e aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é que o medicamento poderá ser administrado em pacientes infectados pelo coronavírus.

A Lei 17.365/2021, de autoria do deputado Paulo Fiorilo (PT), foi sancionada em abril deste ano e autorizou o Poder Executivo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, a utilizar o soro. "O Estado de São Paulo e o Brasil vivem um agravamento da pandemia, uma maior capacidade de transmissão e a possibilidade de agravamento de casos, com sinais de colapso do sistema público de saúde. A vacinação, que é a solução viável, anda a passos lentos. Não podemos ficar à mercê do planejamento do governo federal", disse o parlamentar.

A deputada Janaina Paschoal (PSL) disse que pediu explicações ao Butantan sobre os testes. "Desde que visitei o Instituto Butantan em dezembro e descobri a existência do soro, estou lutando por ele. Eu oficiei os órgãos federais e até mesmo o Butantan. O que está me incomodando é que a Anvisa liberou os testes do soro em maio e, por uma razão não explicada, até hoje, os ensaios em humanos não começaram. Eu busco celeridade", disse ela.

"O Butantan me respondeu que são por questões burocráticas e que estão analisando contratos. Não consigo entender essa demora. Parece que defender o soro é ser contra a ciência. Não tem lógica dizer que querem salvar vidas e, ao mesmo tempo, abrirem mão de um caminho tão importante como esse", afirmou Janaina

Em São Paulo, a Covid-19 já fez mais de 135 mil vítimas fatais, e, no Brasil, mais de 544 mil. O planejamento de vacinação estadual prevê que todos os habitantes paulistas de até 12 anos estejam vacinados em 30 de setembro de 2021, pelo menos com a primeira dose. Mesmo com esse cenário, a eficácia comprovada das vacinas não garante 100% de imunidade contra a infecção por coronavírus, por isso a importância do soro.

Soro

Diferentemente das vacinas, que utilizam o vírus inteiro ou parte dele inativado, com o objetivo de resposta do sistema imunológico da pessoa para a produção de anticorpos, os soros são administrados após a infecção, e têm a função de controlá-la.

De acordo com o Instituto Butantan, o soro é feito a partir de um vírus inativado por radiação, em colaboração com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), e aplicado em cavalos, que produzem anticorpos do tipo IgG, extraídos do sangue e purificados com uma técnica usada há décadas. O objetivo dos testes é verificar a segurança e a eficácia do soro em pacientes infectados com o coronavírus.

"A equipe de pesquisadores do Butantan, em parceria com a USP, fez um teste de desafio com ratos infectados pelo vírus vivo, ainda na fase pré-clínica. Com o uso do soro, foi identificada diminuição da carga viral, além de perfil inflamatório reduzido. Os animais também apresentaram preservação da estrutura pulmonar. Em camundongos e coelhos, o soro mostrou ótimos resultados nos testes de neutralização de células e de segurança", informou o Butantan, em nota.

Os testes em humanos foram autorizados em maio pela Anvisa. Os estudos clínicos são conduzidos em parceria com o Hospital do Rim e Hipertensão e com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Caso apresente a eficácia esperada, após nova aprovação da Anvisa, o soro poderá ser usado para tratar pacientes infectados com sintomas, visando bloquear o avanço da doença.

Vacinas

A Lei 17.365/2021 ainda trouxe o aval da Alesp para a aquisição, distribuição e aplicação de vacinas contra a Covid-19, desde que registradas ou autorizadas para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa. Aquelas autorizadas excepcionalmente para importação registradas por autoridades sanitárias estrangeiras também foram contempladas.

"Neste momento, o governo estadual não pode se omitir como fez e ainda faz o governo federal. É urgente que tenhamos imunizantes suficientes, uma vez que esta é a única saída para a retomada da economia e a geração de emprego", afirmou Paulo Fiorilo.

alesp