A Lei de Diretrizes Orçamentárias, LDO, define ações, metas e prioridades para o Orçamento Estadual do próximo ano de 2006.
Sua importância é fundamental porque serve de base para a elaboração do Orçamento Estadual o qual estabelece como será aplicada a arrecadação financeira do Estado. Com prazo regimental de votação até 30/6, fica impedida a Assembleia de entrar em recesso, até que a mesma seja votada.
O Orçamento, por sua vez, diretamente vinculado à LDO, deverá ser votado até o final do 2º semestre e terá de cumprir fielmente todas as diretrizes que forem aprovadas agora. Portanto, cada real arrecadado, para ser gasto, estará vinculado às diretrizes aprovadas pela LDO.
A lei prevê a participação popular na discussão do Orçamento.
O Executivo, este ano, decidiu que viabilizaria a participação popular através da Internet.
A Comissão de Finanças e Orçamento concluiu que era importante sair da Assembleia e ouvir as cidades de maneira mais democrática. Por considerar que o Planejamento Orçamentário deve se tornar, cada vez mais, uma tarefa do Poder Legislativo; que a participação popular precisa ser parte fundamental desse processo, tanto na capital como no interior e que as pessoas sabem e
podem dizer como o governo deve gastar o dinheiro que coleta através dos impostos, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, através da CFO, fez realizar, no pouco tempo disponível, durante o mês de junho, audiências públicas presenciais em cidades do interior e na Capital.
Os mais de mil participantes nas audiências- entidades, sindicatos, cidadãos, organizações institucionais, ONGs, e tantas outras compareceram e apresentaram suas sugestões e reclamações. Todos queriam participar desse processo, saber o que ocorre com os recursos e opinar sobre a destinação dos mesmos. Sugeriu-se que os recursos sejam acompanhados, melhor fiscalizados e que haja uma integração e planejamento entre os poderes municipal, estadual e federal visando a otimização do uso do dinheiro, porque ninguém mais suporta uma elevada carga tributária associada à má gestão.
Os membros da CFO, como o Relator, nas Audiências Públicas realizadas, informaram aos participantes como seria o possível aproveitamento das sugestões, sendo as mesmas acolhidas ou não, após serem submetidas a análise.
Veja, a seguir, como foram as Audiências Públicas realizadas e as propostas apresentadas:
Foi na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, em 3/6, a primeira audiência pública realizada pela Comissão de Finanças e Orçamento da assembleia para ouvir as sugestões de prefeitos, vereadores e representantes da sociedade referentes à proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado de São Paulo.
A reunião foi coordenada pelo presidente da comissão, deputado José Caldini Crespo (PFL), o vice-presidente da comissão, deputado Enio Tatto (PT), e o relator da LDO, deputado Edmir Chedid (PFL), e contou também com a participação dos deputados Baleia Rossi (PMDB) e Roberto Felício (PT), além do vereador Beto Cangussú (PT).
Conforme explicou Caldini Crespo, em anos anteriores essas audiências, legalmente previstas, eram feitas pelos escritórios regionais da Secretaria de Estado do Planejamento. Entretanto, neste ano, as audiências serão feitas apenas pela internet, o que, para o deputado, é uma forma restritiva de consulta.
A comissão concluiu que era importante sair da Assembleia e ouvir as cidades de maneira democrática, disse Caldini Crespo. O deputado salientou, ainda, que pelo curto espaço de tempo para a realização das audiências, uma vez que a LDO deve ser votada até 30 de junho, os encontros serão realizados em apenas seis regiões do Estado. Acho que este processo de consulta poderá ser aperfeiçoado quando da elaboração do orçamento, a partir do segundo semestre, afirmou o deputado.
Sugestões:
A 2ª audiência pública realizada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia para colher opiniões de representantes da sociedade civil e autoridades locais sobre a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado (LDO) foi realizada na Câmara Municipal de Santos. No Plenário Princesa Isabel, os deputados puderam ouvir as reivindicações de diversas categorias da sociedade. A representante do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), por exemplo, ao lado dos sindicatos e da Associação Docente das três universidades estaduais paulistas que integram o "Fórum das Seis", reivindica há anos o aumento da cota-parte das universidades de 9,59% para 11,6% e uma dotação orçamentária de 2,1% para o Centro Paula Souza. Outro manifestante cobrou uma escola estadual para a cidade de Cubatão."Recebemos pleitos que poderão e deverão ser incorporados à nossas contribuições à LDO. Mas é preciso que haja investimentos concretos, sem os quais será difícil realizar as propostas", declarou Mário Reali (PT). Seu companheiro de partido e vice-presidente da comissão, Enio Tatto, acrescentou que a Assembleia acertou ao realizar as audiências nas cidades. " As regiões têm projetos, mas o problema é saber se haverá meios de inseri-los na peça orçamentária".Maria Lúcia Prandi revelou que se olharmos o mapa do Estado veremos que a Baixada Santista e o Vale do Ribeira são as áreas mais esquecidas em termos de escolas. "Por isso, é importante que sejam contempladas com escolas técnicas estaduais e faculdades de tecnologia. Estas regiões ainda são as únicas que não possuem universidades públicas estaduais."
Fausto Figueira disse que a contribuição popular é o caminho certo para que a Assembleia participe do processo de discussão da LDO contemplando as prioridades claramente definidas pela comunidade.
Finalizando, o prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa (PMDB), recebeu os parlamentares em seu gabinete. " A preocupação principal da região é o transporte metropolitano de qualidade, que acompanhe a evolução dos municípios", disse.
A terceira audiência pública " de um total de seis " promovida pela Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa para debater o PL 224/2005, que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o exercício de 2006, foi realizada no dia 8/6, na Câmara Municipal de Sorocaba. O encontro contou com a presença de vereadores, empresários, representantes do funcionalismo, professores, profissionais da Saúde e da Educação e líderes de bairros, dentre outros segmentos daquela região.
O presidente da comissão, deputado José Caldini Crespo (PFL), destacou que a participação popular é fundamental na elaboração da peça orçamentária. Caldini Crespo informou que a realização destas audiências obedece à orientação constitucional. "Este ano, como o Executivo decidiu fazer audiências públicas pela internet, a Assembleia assumiu para si as audiências presenciais", declarou o deputado.A participação do público redundou na abordagem de temas diversos. A professora Zélia Falcão, 32 anos de magistério, propôs "a fixação de verba que garanta a educação das crianças carentes da região". Neuza Santana, do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), além de defender melhores salários para funcionários e professores, reivindicou o reajuste da cota-parte das universidades de 9,5 % para 11,6%, e uma dotação orçamentária de 2,1% para o Centro Paula Souza. Márcia, representando os peritos criminais, pediu clareza na elaboração da peça orçamentária, a fim de que os cidadãos possam fiscalizar o uso dos recursos públicos.
O vereador de Tatuí, José Manuel, pediu a ampliação dos cursos da Fatec e mais verbas para o conservatório musical de sua cidade. Houve, ainda, intervenções sobre problemas da Saúde, Segurança Pública, Educação e Habitação da região.
O vice-presidente da Comissão, deputado Ênio Tatto (PT), criticou a forma como foram aprovadas as leis de diretrizes orçamentárias nos anos anteriores. Para Tatto, "as peças eram elaboradas, discutidas, recebiam emendas, mas nada se alterava". Segundo ele, o governador também subestima a receita " dinheiro arrecadado pelo Estado " para empregar o dinheiro excedente sem obedecer à previsão da lei orçamentária.
O deputado Hamilton Pereira (PT) criticou o projeto enviado pelo governador. Segundo ele, "a matéria vem cheia de lacunas, por isso é que se tem um grande número de emendas". O projeto teve 3.776 emendas protocoladas.
Como o prazo para apresentação das emendas àLDO já se esgotou, o relator do projeto, deputado Edmir Chedid (PFL), é quem pode fazer a adequação dessas propostas à lei. Chedid disse que, "dentro da maior lisura e seriedade possível, as sugestões apresentadas nestas audiências públicas serão consideradas em seu trabalho como relator". Chedid afirmou, ainda, que embora não pretende "engessar" o Governo do Estado.
Caldini Crespo e Edmir Chedid afirmaram que esses encontros com a sociedade são uma forma de a Assembleia se aproximar da população e conhecer os problemas enfrentados por essas pessoas. Crespo disse que pretende, na elaboração da lei orçamentária de 2006, realizar essas audiências públicas em todas as regiões administrativas do Estado.
As outras três audiências públicas previstas serão realizadas nos municípios de Campinas, 10/6, São José do Rio Preto, 15/6, e em São Paulo, na Assembleia Legislativa, 16/6.
Dezesseis cidades da Região Metropolitana de Campinas se fizeram representar na audiência pública realizada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa no dia 10/6, na Câmara Municipal de Campinas, com a finalidade de colher sugestões à LDO para 2006.
O vice-presidente da comissão, deputado Ênio Tatto (PT), presidiu os trabalhos, que contou com a participação de mais de 200 pessoas, que representaram diferentes segmentos sociais, sendo mais maciça a presença de funcionários da Unicamp " uma das universidades públicas que compõe o Fórum das Seis " e de vereadores da região.
O relator do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, Edmir Chedid (PFL), acompanhou a reunião e deverá acatar em seu parecer algumas sugestões, desde que cabíveis constitucional e regimentalmente.
Também integraram a mesa os deputados Mário Reali e Renato Simões, do PT, Jonas Donizette (PSB) e o presidente da Câmara de vereadores local, Dario Saadi.
Segundo o deputado Tatto, é a primeira vez em sua história que o Poder Legislativo promove audiências públicas regionais para debater a LDO. "A Comissão de Finanças e Orçamento tomou essa iniciativa, com anuência do presidente do Legislativo, Rodrigo Garcia, uma vez que o Executivo havia decidido promover o debate apenas pela Internet, meio que não consideramos acessível à maioria da população", disse o parlamentar.
O assessor do Legislativo paulista Mário Libone fez uma breve apresentação do projeto, explicando que a LDO serve de base para a elaboração do orçamento estadual, que define como será aplicada a arrecadação financeira do Estado.O prazo para apresentação de emendas ao projeto da LDO já se encerrou, mas o relator Chedid poderá contemplar as demandas apresentadas nas audiências em seu relatório final.
As principais sugestões giraram em torno do aumento do repasse às universidades públicas, recursos para Várzea Paulista (cidade com grande representação na audiência), transporte escolar, saneamento básico e verbas para o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual.
Hermano Tavares, secretário municipal de Educação de Campinas, afirmou que somente os municípios têm cumprido sua parte no que tange ao transporte de alunos das escolas públicas. "O Estado precisa fazer o que lhe compete e bancar o transporte dos jovens da rede estadual."
O deputado Mário Reali destacou que as audiências permitem a aproximação entre as ações do Estado e as regiões paulistas. "O desenvolvimento de um Estado com orçamento de 70 bilhões de reais tem que promover essa discussão com a sociedade."
Reali lembrou que investimentos deixaram de ser aplicados. Ele citou a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), que teve sobra de verba da ordem de 200 milhões de reais. "O conhecimento de que há uma folga de caixa permite a reavaliação do orçamento", disse ele.
Autor de 54 emendas à LDO, Jonas Donizette (PSB), destacou as que tratam da destinação de recursos para o Hospital Ouro Verde de Campinas, do reaparelhamento da polícia e dos planos de prevenção para a área rural no que se refere à Defesa Civil.
Renato Simões ressaltou a questão do excedente de arrecadação. "Desde 1998, o governo tem subestimado a previsão de arrecadação, o que tem levado a um excedente de cerca de 6% em relação ao montante previsto no orçamento." O líder do PT afirmou que esse procedimento precisa acabar, uma vez que o governo não pode ficar acumulando caixa. Ele também destacou que a obrigatoriedade da realização de audiências deve estar expressa na LDO e que os investimentos precisam ser regionalizados. "A Região Metropolitana de Campinas, por exemplo, não é mencionada no projeto e, apesar de o governo anunciar, em coletivas à imprensa, quatro projetos básicos para a RMC não há dotação específica para isso."
O relator da LDO, Edmir Chedid, disse que pretende regionalizar o orçamento, o que considera fundamental para o desenvolvimento do Estado e para o atendimento aos anseios da população.
Chedid comentou, uma a uma, às sugestões feitas durante a audiência e afirmou que vai procurar incluí-las, na medida do possível, em seu parecer. O líder do PFL também falou sobre o superávit orçamentário, lembrando que esse montante é aplicado sem maiores explicações por parte do Executivo, ação à qual o Legislativo vai estar atento, cumprindo sua função de fiscalizar as contas públicas.
A Comissão de Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado José Caldini Crespo (PFL), realizou em 15/6, na Câmara Municipal de São José do Rio Preto, a quinta audiência pública para debater o PL 224/2005.
O debate reuniu cerca de 170 participantes, representantes de 12 cidades daquela região administrativa, e contou com a presença de sete deputados estaduais, além de prefeitos e vereadores de municípios vizinhos.
Para Caldini Crespo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias está entre as três principais leis do Estado. Lembrou que é a primeira vez que a Comissão promove nas regiões audiências públicas com a finalidade de discutir essa matéria. "Como o Executivo decidiu consultar a população pela internet, o Legislativo assumiu para si as audiências presenciais", explicou. Acrescentou, ainda, que o objetivo maior dessas audiências itinerantes é "ouvir o povo e colher sugestões para resolver questões regionais".
O vice-presidente da Comissão, deputado Ênio Tatto (PT), afirmou: "A LDO, nos últimos dez anos, teve o mesmo relator, e que as emendas apresentadas pelos deputados da oposição não eram acatadas, tanto na Comissão quanto no Plenário, pois o governo tinha maioria e fazia prevalecer a sua vontade". Para ele, a peça orçamentária é mais democrática na atual Mesa Diretora. "Através das sugestões das pessoas, o relator pode alterar distorções regionais".
O deputado Geraldo Vinholi (PDT), representando a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, defendeu a independência dos poderes. Para ele, "o Legislativo não deve ser instrumento do Executivo, ambos devem trabalhar em harmonia". Vinholi prometeu que a Assembleia vai apresentar instrumentos para facilitar o acompanhamento, por todos, da execução do orçamento de São Paulo.
O relator da LDO, deputado Edmir Chedid, ouviu os reclamos apresentados pelos participantes e ressaltou a importância daquela região administrativa, composta por 106 municípios, com cerca de 1,4 milhão de habitantes. Chedid disse que os pleitos apresentados nessas audiências públicas referentes à infra-estrutura, como pavimentação de ruas, melhorias no saneamento básico, construção e manutenção de estradas vicinais, escolas, hospitais, bem como questões referentes a vencimentos do funcionalismo, segurança pública, dentre outras, serão contempladas nessa peça orçamentária.
Embora o prazo para apresentação de emendas ao projeto da LDO já tenha se encerrado, o relator pode inovar, adequando as demandas, apresentadas nas audiências, em seu relatório final.
O deputado Valdomiro Lopes (PSB), representante daquela região, ressaltou a diversidade das atividades econômicas de São José do Rio Preto. Destacou o potencial turístico da cidade, a atividade pesqueira e a agricultura diversificada, além da produção industrial daquela região. Lembrou também da alta tecnologia na área médica daquele município e, em razão disso, pleiteou uma retribuição orçamentária, pois, segundo ele, o município recebe pacientes de todo o país.
O prefeito da cidade, Edinho Araújo, aproveitou a oportunidade para pleitear verbas para reparo em estradas vicinais, construção de um novo Fórum, instalação de um centro integrado de segurança, ampliação do efetivo policial, e melhoria no saneamento básico local.
Eduardo Piacenti, presidente da Câmara Municipal de São José do Rio Preto pleiteou a desativação do Instituto Penal Agrícola, instalado na cidade.
A deputada Beth Sahão (PT) louvou a atitude da Comissão de Finanças e Orçamento em promover estas audiências públicas. "É a forma mais democrática de se elaborar o orçamento", disse Sahão, acrescentando que, ao popularizar a LDO, fica mais fácil corrigir "discrepâncias na destinação do orçamento". A deputada apresentou emenda pedindo mais verbas para o ensino superior público, conforme reivindica o "Fórum das Seis", composto por entidades ligadas às universidades públicas.
Também presente ao encontro, o deputado José Zico Prado (PT) frisou a importância de se ouvir a população na elaboração da peça orçamentária. Zico Prado lamentou a ausência dos membros do PSDB nestas audiências e criticou também a diminuição constante da verba destinada à agricultura nos últimos anos.
Médico e vereador de São José do Rio Preto, Emanuel Pedro considera uma vergonha o convênio com o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual. "O dinheiro não chega aos hospitais como deveria". Para ele, os médicos e funcionários sentem-se "humilhados" pela forma como são tratados pelo governo.
Já o vereador Pedro Gouveia solicitou inclusão na LDO mais verba para a Segurança Pública. Para Gouveia, o efetivo é pequeno, faltam viaturas e não há ações integradas para trabalhar com os adolescentes infratores.
O assessor cultural de São José do Rio Preto Osvaldo Graziani manifestou preocupação em relação ao fato de a malha ferroviária ser muito próxima à represa da cidade, pois muitos trens transportam produtos tóxicos e químicos. Para ele, a ocorrência de um vazamento seria trágica.
Mário Saisão, secretário de Turismo, pediu mais verba para o turismo na região. Para ele, Rio Preto tem recursos naturais belíssimos e poderia atrair mais turistas.
O presidente da Câmara Municipal de Pedranópolis, Marcos Adriano, disse que as estradas vicinais da sua cidade estão em situação precária e há necessidade de se construir mais uma. Marcos pediu previsão na LDO de verbas para melhorar a infra-estrutura naquele município.
Reinaldo Barbosa, do Departamento Fundiário Urbano de São José do Rio Preto, alertou que o município não consegue, sem a ajuda do Governo estadual, resolver o problema de loteamento urbano.
José Oliveira Marques, do Sindicato dos Peritos Criminais de São Paulo, reivindicou melhores condições de trabalho. Disse que em Rio Preto tem apenas 20 peritos, o que provoca atrasos na realização do trabalho.
Representando o Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza, Eros Romov disse que "o Paula Souza morre à míngua". Pediu aumento da verba destinada às universidades públicas e ao ensino técnico.
O professor Sidney Xavier lembrou que São Paulo é o Estado que mais arrecada, devendo, portanto, investir mais em Educação. Sugeriu cursos de capacitação e plano de carreira para os professores. A assistente social Eni Fernandes também ressaltou a necessidade de treinamento para que professores e funcionários de escola aprendam a lidar com o assédio dos traficantes aos alunos de escolas públicas. Ela cobrou também reajuste para o funcionalismo.
Diretora da Associação dos Professores do Estado de São Paulo, Osnivalda Vaz de Lima, disse que esta categoria não tem sido ouvida pelas autoridades. Segundo ela, "os professores, que estão sem reajuste há 12 anos, lecionam em condições mínimas de trabalho".
A sexta e última audiência pública sobre a LDO para o ano de 2006 realizada pela Comissão de Finanças e Orçamento realizou-se na Capital, na Assembleia Legislativa.Os deputados Ênio Tatto (PT), vice-presidente da Comissão, Mário Reali (PT), Ana Martins (PCdoB), Carlinhos Almeida (PT), Romeu Tuma (PMDB) e Baleia Rossi (PMDB) compareceram ao encontro, que teve recorde de participações do público.
José Caldini Crespo (PFL), presidente da comissão, avaliou que "as cinco audiências realizadas foram excelentes, proporcionando ótimas idéias que ainda podem ser aproveitadas no relatório final desta Comissão".
O técnico em orçamento, Antonio Tuccilio, fez uma explanação sobre a LDO. Segundo ele, a Constituição de 1988 instituiu a obrigatoriedade de o Legislativo analisar o orçamento. A LDO estabelece metas e prioridades para cada uma das Secretarias. "Na formulação da LDO são observadas as diretrizes estratégicas por ações", explicou. Tuccilio também enfatizou que as emendas apresentadas não podem ser aprovadas quando forem incompatíveis com o PPA (Plano Plurianual).
O público, composto majoritariamente por representantes de entidades das três universidades públicas de São Paulo (USP, Unicap e Unesp), das Faculdades de Tecnologia (Fatecs), das Escolas Técnicas (Etes) e do Centro Estadual de Educação Tecnológica "Paula Souza" (CEETEPS), além de representantes da saúde e da polícia, lotou o auditório. As principais reivindicações apresentadas foram o aumento do percentual do ICMS destinado às universidades, às Fatecs e ao Centro Paula Souza, bem como maior investimento na área da saúde - especialmente que haja a contrapartida do governo estadual ao Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), que hoje conta somente com a contribuição dos funcionários.
Neuza Santana, representante do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza sugeriu que os gastos com a Febem sejam retirados do orçamento da saúde, uma vez que se trata da área social. Maria Márcia, presidente do Sindicato dos Peritos Criminais, reivindicou a ampliação do quadro da polícia técnico-científica, além de valorização salarial, plano de carreira e instalações próprias.
André Furlan, representante dos alunos da Fatec, questionou a expansão das Fatecs, uma vez que não há recursos para tanto, classificando-a de "marketing eleitoral".Maria Aparecida Martins, da Associação dos Docentes da USP, disse que saúde e educação devem ser considerados investimento, e não gasto.
Otaviano Heleni, também da Adusp, afirmou que apenas 5% das vagas de graduação no Estado de São Paulo estão no ensino público; "é o maior padrão de privatização do mundo", opinou.
Para o reitor da Unesp, Marcos Macari, são necessários grandes investimentos no ensino público para que ele continue com a mesma qualidade histórica. Já João Chaves, representante da Unesp de Assis, afirmou que 50% da produção acadêmica do Estado ocorre nas universidades públicas. Portanto, precisam de maior dotação orçamentária.
Zilda Guerra, presidente do Sindicato dos Professores Aposentados do Estado, reivindicou que os inativos não sejam excluídos da verba de manutenção e desenvolvimento do ensino.
Ângelo Dagostini Jr., do Sindisaúde, reivindicou a retirada da LDO, como gasto, do pagamento de aposentados e do Programa Viva Leite o qual, segundo ele, não diz respeito à saúde. Também do Sindisaúde, Célia Regina Costa pediu a construção de uma política salarial para o funcionalismo público e a contrapartida do Estado ao Iamspe, bem como a criação de um conselho deliberativo para este.
O professor da Adusp, Francisco Mirale, representando o Fórum da Seis, salientou que a disposição dos integrantes do fórum para o diálogo visando obter o aumento dos recursos para as universidades públicas e para o Centro Paula Souza. Ele esclarece que a fixação de um percentual de destinação pleiteado pelo fórum "protege as universidades dos efeitos da subestimação da receita".
"Vivemos na Assembleia uma nova etapa, em que nos aproximamos cada vez mais da população", declarou a deputada Ana Martins, parabenizando a CFO pela iniciativa. Entre as emendas apresentadas pela bancada do PCdoB estão a que amplia a verba para as universidades e Fatecs, a que prevê que as verbas para as universidades nunca sejam inferiores às do ano anterior e a que garante a contrapartida do Governo do Estado ao Iamspe.
De acordo com o deputado Mário Reali, as principais críticas da bancada do PT ao Orçamento do Estado são: a estimativa de receita é sempre menor do que a receita real, sobrando mais verba para remanejamento; o Estado deixou de fazer a consulta popular no processo de constituição do orçamento e a não-regionalização do orçamento, que dificulta a participação popular.
Todas as sugestões apresentadas nas Audiências Públicas, bem como as 3.775 emendas recebidas dos parlamentares, estão sendo analisadas juntamente com o projeto proposto pelo Executivo.O " Relatório " será votado primeiro na Co-missão de Finanças e Orçamento, por seus membros, para depois seguir para a deliberação final em plenário..Após sua aprovação, serão essas as diretrizes para o Orçamento 2006.
Presidente
Vice-Presidente
A votação do parecer do Relator está programada para ocorrer nesta 5ª feira, 30/6/2005, a partir das 10 horas, no auditório Franco Montoro, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.