O Dia da Imunização, comemorado anualmente no dia 9 de junho, alerta para a manutenção do calendário vacinal. Em um contexto pandêmico, o debate em torno da importância da vacinação ganhou ainda mais relevância. Na Assembleia Legislativa do Estado, parlamentares já aprovaram medidas que possibilitaram avanços nas pesquisas de métodos de imunização. Aprovada em 2021, a Lei 17.365/2021, de autoria do deputado Paulo Fiorilo (PT) combinou diversas medidas de combate à pandemia. A lei autorizou a aplicação de vacinas registradas para uso emergencial e do soro anti-covid, desenvolvido pelo Instituto Butantan. Com a aprovação da Anvisa e aval da Secretária de Saúde, o Instituto também desenvolveu a ButanVac, vacina produzida inteiramente no Brasil, com insumos nacionais e que está no processo de testes clínicos. A primeira fase de testes se encerrou no início de junho e os resultados mostraram que a vacina é segura e induz produção de anticorpos. Como grande parte da população brasileira já está vacinada, a ButanVac será disponibilizada como dose de reforço e pesquisadores esperam concluir os estudos e distribuir a vacina até 2023. As fases 2 e 3 devem se iniciar em breve e vão contemplar 4,5 mil voluntários. Na fase 2, 400 voluntários maiores de 18 anos, sendo 50% idosos, serão convocados e devem receber uma dose adicional ou da ButanVac ou da Pfizer. Enquanto que na fase 3, serão analisados três diferentes lotes da vacina brasileira em 4.000 adultos, dessa vez sendo 20% de idosos. A fase 2 acontecerá nos municípios de Valinhos e São Caetano e na cidade do Rio de Janeiro. Já a fase 3 será realizada nos municípios de Brasília, Porto Alegre, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Salvador, São Paulo e Recife. A vacina brasileira apresenta diferenciais importantes em relação a outras vacinas produzidas internacionalmente. O baixo custo, já que o imunizante será produzido em território brasileiro e, portanto, não arca com gastos de importação de insumos. A economia na produção da vacina possibilita a venda para países em desenvolvimento, que não possuem orçamento para outras opções. Outra característica fundamental da ButanVac é a fácil adaptabilidade para o combate à novas variantes. Com o surto da ômicron no final de 2021, pesquisadores se atentaram para a eficiência da vacina contra variantes. Estudo pré-clínico realizado nos Estados Unidos mostrou resposta positiva da versão trivalente da vacina contra as variantes delta e ômicron. Os cientistas atribuem os resultados empolgantes à fórmula da vacina, semelhante à da gripe e que se atualiza rapidamente quando em contato com novas cepas. Programa Nacional de Imunização Mesmo com importantes avanços no combate à pandemia, a Secretaria de Saúde não deixa de incentivar a importância do cumprimento do calendário vacinal. O Sistema Único de Saúde (SUS) recebe mais de 20 vacinas, com instruções específicas para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. Ao todo, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza mais de 300 milhões de doses vacinais para a população. Vale destacar que enfermidades já erradicadas no Brasil podem retornar caso os protocolos não sejam realizados, possibilitando novas epidemias. Para exemplificar a importância da imunização, a Secretaria de Saúde divulgou levantamento que mostra a disparidade no número de mortes por Covid-19 entre vacinados e não vacinados em São Paulo. O estudo revelou que a doença mata 26 vezes mais os não vacinados e o número de óbitos foi 69% maior entre as pessoas que só possuem primeira dose. A porcentagem de vacinados, com esquema vacinal completo, é de 94% no Estado, número que se reflete na diminuição dos óbitos. O Instituto Butantan, além de se preocupar com os imunizantes relacionados a Covid-19, também desenvolveu outras 4 vacinas que devem integrar o calendário do SUS em breve. São elas: vacina tetravalente contra gripe; vacina contra a dengue; vacina contra o vírus H7N9, encontrado em animais; e a vacina Pertussis Low, que serve como uma alternativa mais eficiente ao já existente imunizante contra a Pertussis (coqueluche). As campanhas de conscientização da Secretaria de Saúde buscam alertar que a imunização contra doenças contagiosas é uma responsabilidade coletiva e o descumprimento do calendário vacinal por um indivíduo, pode colocar a saúde de muitos outros em risco.