Adib Jatene fala sobre hospitais gerenciados pelas organizações sociais

(Com fotos)
05/06/2002 20:15

Compartilhar:

Dabate foi realizado no auditório Teotonio Vilela<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/os05mai02e.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Nacime Salomão Mansur, João Caramez, Adib Jatene e Lair Zambon<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/os05mai02b.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Da redação

O ex-ministro da Saúde Adib Jatene participou na tarde desta quarta-feira, 5/6, de uma mesa de debates sobre o tema "Hospitais Gerenciados pelas Organizações Sociais", ao lado do diretor dos Hospitais Pirajuçara e Diadema, Nacime Salomão Mansur, do diretor do Hospital de Sumaré, Lair Zambon, do ex-deputado e professor da Unesp Milton Flávio e do deputado João Caramez (PSDB), organizador da I Semana das Organizações Sociais, realizada ao longo desta semana na Assembléia Legislativa.

Caminho certo

Jatene defendeu o modelo de gestão de saúde pelas organizações sociais como forma de superação dos gargalos do sistema público de saúde. O médico cardiologista referiu-se a sua experiência profissional no setor público, que testemunhou alguns modelos de gestão e de atendimento médico sustentados com recursos de origens mistas, públicas e privadas. Deu como exemplo o Instituto Dante Pazzanezzi e as fundações de apoio criadas pelo doutor Zerbini, cujos atendimentos atingiram um padrão de excelência, transformando-se em referências nacional e internacional.

Também teceu considerações sobre o programa Quallis, o programa de Saúde da Família (PSF), implementado pelo governo do Estado, pelas prefeituras municipais em parcerias com entidades e organizações sociais, como a das irmãs Marcelinas. Jatene utilizou o exemplo dos bairros de Sapopemba e São Lucas, que hoje contam com 33 equipes do PSF, que atendem a uma população de aproximadamente 160 mil habitantes, tendo por outro lado apenas um ambulatório de especialidades. "Se tivéssemos atendimento à população no local onde reside, com ambulatórios de especialidades e hospitais locais para atendimentos simples, não teríamos os problemas de procura maciça dos hospitais de referência".

Outro aspecto a ser considerado, apontou Jatene, é a concentração de leitos em alguns distritos da cidade. Onze distritos contam com 26 leitos para cada mil habitantes; 14 distritos, 6 leitos/mil habitantes; 32 distritos, 1,2 leito/mil habitantes; enquanto 39 distritos não contam com nenhum leito, apesar de concentrar uma população de 4,6 milhões de habitantes. Assim, avalia Jatene, para se colocar um leito para cada mil habitantes nessas áreas descobertas, seriam necessários 80 hospitais com 50 leitos cada, totalizando um investimento da ordem de R$ 320 milhões. "Isso é possível ser feito, desde que haja, em conjunto com os investimentos governamentais, a participação das organizações sociais e da população na fiscalização e na captação de recursos. O problema que temos de resolver é muito grande, mas as etapas para sua resolução estão sendo cumpridas."

Retrospectiva das OSs

O deputado João Caramez, organizador da semana de comemoração das Organizações Sociais, instituídas por lei aprovada há quatro anos pela Assembléia, lembrou que o único compromisso do então governador Mário Covas foi concluir obras que se encontravam paralisadas. "Concluir dezenas de hospitais inacabados era possível. O dilema do governo era encontrar recursos e formar a estrutura necessários para administrá-los. Dessa maneira surgiu a idéia das organizações sociais. Uma modelagem de gestão da saúde que conseguiu recuperar a dignidade do povo de São Paulo".

O ex-deputado Milton Flávio acrescentou, em sua retrospectiva, os desafios impostos ao governo pela Lei Camata e a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Dificilmente seria possível colocar em funcionamento os hospitais concluídos, com quadro de pessoal especializado, com vencimentos dignos e serviço com qualidade". Para Flávio, com as organizações sociais erigiu-se um novo modelo de gestão, fundado nos pilares do tratamento de qualidade e do controle social, objetivado na Comissão de Avaliação das OSs.

alesp