A pintura de Madiano Tomei, uma despoluída mensagem visual com sentimento e emoção

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
14/09/2007 10:37

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<i>Bela vista</i><a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Madianobelavista.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Madiano Tomei<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Madiano.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Madiano Tomei sempre foi um artista autêntico, um homem inclinado a exprimir na tela o que se passava dentro de si. Colocando em evidência essa experiência, exprimia-a plenamente com iluminada dedicação. Sua visão se movia a partir de tecido do inconsciente. Sua pintura é elaborada em uma clara geometria, com volumes e superfícies. Por meio de um processo simples, testemunha a maior pureza transmitida ao observador em formas, tons e cores suaves.

Desde sua chegada ao Brasil, por volta dos anos 50, segui sempre com grande interesse a evolução de Madiano Tomei como artista. Homem com uma carga de humanidade e de uma vontade sem limites - armas ideais para alcançar os máximos níveis expressivos -, sua arte permanece disponível à sensibilidade de todo observador inteligente.

Suas paisagens urbanas são bem representadas com uma paleta densa de cores mantidas bem amalgamadas, com um resultado cromático digno de admiração e contemplação. Por ser instintiva e profundamente sentida pelo artista, sua mensagem visual é despoluída de intervenções e consegue ressaltar a antiga arquitetura da Paulicéia.

Tanto na pintura quanto na litogravura, ou nas gravuras digitais sobre tela, Madiano Tomei deixa transparecer sentimento e emoção, mantidos sobre o fio do lirismo, que todavia não exclui, mas procura resolver com elegância e sensibilidade os problemas das relações cromáticas e dos volumes.

Sua força interior o levou sempre a uma contínua busca da perfeição. Numa mensagem particularmente difícil de compor, sua simplicidade não pode aceitar erradas interpretações. A litogravura Bela vista, doada pelo colecionador Victor Galloro ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, reflete bem o amor que o artista dedicou à cidade que o acolheu.



O artista

Madiano Tomei nasceu em Milão, Itália, em 1936, e faleceu em São Paulo, no ano de 2002. Estudou na Academia Real de Belas Artes de Bruxelas, Bélgica, expondo prematuramente à idade de 15 anos na Galerie Renoir, naquela capital. Em 1952, sob o patrocínio da rainha Juliana da Holanda, participou do Festival Internacional de Pintura dos Países Baixos.

Expôs no Salão de Outono de Paris em 1953, quando conquistou a medalha de bronze e o prêmio "Viagem ao Brasil", que motivou sua transferência definitiva para o país, onde, desde então, desenvolveu suas atividades artísticas. Em 1960 participou do mesmo evento em Paris, conquistando dessa vez a medalha de prata.

A partir de então participou de diversas exposições individuais, destacando-se entre elas: Galeria Ilaria, Lucca, Itália (1952); Jornal de Arte Apollo, Bruxelas, Bélgica (1945); Galeria Folclore e Artesanato, São Paulo (1955); Teatro Bela Vista, SP (1961); Academus Galeria de Arte SP (1974); Galerie d'Art Foresto, Genebra, Suíça (1977); Galeria Manolo Saez, Curitiba (1995); Galeria Itáli, Circolo Italiano, São Paulo (1996); Salão Vip da TAM (1997).

Após receber o prêmio Thorlet da Academia Francesa de Artes, Ciências e Letras, Medalha de Bronze 1953 e Medalha de Prata 1960, o artista conquistou o 1º Prêmio do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo 1982, o Prêmio Sociarte 1983 e o Prêmio Maimeri, em 1999.

Possui obras em coleções particulares e oficiais no Brasil, Bélgica, Itália, Suíça e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp