Tragédia anunciada

Opinião
10/11/2005 16:35

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Milton Flávio<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/MiltonFlavio7.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Infelizmente, vivemos num país onde a palavra de seu dirigente máximo, o mui ilustre presidente da República, vale pouco - quase nada. O descrédito em relação ao que nos diz o ocupante do Palácio do Planalto não é, mais uma vez, obra da oposição. É urucubaca urdida, acalentada, nas entranhas petistas " e lançada ao vento pela língua de trapo do ex-metalúrgico, hoje marido da primeira-dama da nação. Lula da Silva vai entrar para a história como um Zé-Ninguém. Não sou eu apenas quem diz isso. É gente da maior competência, da envergadura do historiador Marco Antonio Villa. Leiam a entrevista que ele concedeu à revista Primeira Leitura, edição de outubro. Pior que Lula, só Jango, dois desastres anunciados. "Ambos são incapazes de administrar a coisa pública. São pessoas até simpáticas, cordiais, mas que não têm a mínima capacidade para o exercício da função que eles acabaram abraçando", afirma, lá pelas tantas, o pensador.

Em entrevista histórica ao Roda Viva, da TV Cultura " e o histórico aqui entra por conta da milésima edição do programa, e não pelo gabarito do entrevistado ", Sua Excelência disse com todas as letras, mas sem a convicção que perseguem os bravateiros, como ele, que sempre foi contra a reeleição. Disse mais: " o segundo mandato nunca é melhor que o primeiro". Mesmo assim, ele garantiu que só vai decidir se concorre " ou não " a um segundo mandato no início do próximo ano. Ou seja: o homem é candidato mesmo a fazer um mandato ainda pior que o atual. Sempre é possível piorar. Poço não tem fundo.

Voltemos ao primeiro parágrafo, para explicar o que talvez não tenha ficado claro. Por que o que Lula da Silva diz tem pouca importância, valor quase nenhum? Pela definitiva razão de que foi ele próprio quem disse que passou a vida fazendo bravatas. Pela clara evidência de que seu compromisso com a verdade dos fatos é nulo. Do contrário, ele não teria tentado abortar as três Comissões Parlamentares de Inquérito em curso no Congresso Nacional. É algo ridículo que, hoje, após três décadas de leviandade, Sua Excelência venha a público para pedir moderação, responsabilidade por parte de seus opositores, a fim de que não se faça qualquer pré-julgamento.

Ora, mas o que fez, ao longo de três décadas, Dom Lula e caterva, a não ser lançar lama e mais lama sobre a honra de inocentes e culpados?

Mas o que importa mesmo é registrar a confissão. Se ele for candidato, e se for reeleito, Lula admite que fará um governo ainda pior. Bom sono a todos.

Milton Flávio* é professor de Urologia da Unesp, deputado estadual pelo PSDB e vice-líder do governo na Assembléia Legislativa de São Paulo

www.miltonflavio.org

miltonflavio@al.sp.gov.br

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