Criança: esperança e futuro... inspiração e motivação na arte Oficializado que foi pelo presidente Arthur Bernardes em 1924, o Brasil comemora, anualmente, o Dia da Criança na data de 12 de outubro. Somente a partir de 1960, o dia passou a ser devidamente comemorado numa iniciativa conjunta da Fábrica de Brinquedos Estrela e a Johnson & Johnson, que lançaram na ocasião a "Semana do Bebê Robusto". A estratégia deu certo e os demais empresários passaram também a comemorá-lo. Embora as Nações Unidas reconheçam como o Dia Universal das Crianças a data de 20 de novembro, em que se comemora a aprovação da Declaração dos Direitos das Crianças, muitos países comemoram em datas diferentes. Assim, por exemplo, na Índia a data é comemorada em 15 de novembro, enquanto em Portugal e Moçambique no dia 1° de junho e na China e no Japão em 5 de maio. Para reverenciar a data, reproduzimos nestas páginas obras do acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo cujos autores se inspiraram na criança para criá-las, lembrando também que a arte de ser feliz é manter, sempre dentro de nós, o espírito de criança. "Juntando Sonhos" de Cezira Colturato Sua pintura é "empenhada" não no sentido deturpado, mas porque sabe colher, quase no estado incônscio, os aspectos mais humildes e às vezes mais miseráveis da realidade contemporânea brasileira. "Pausa" de Augusto Higa A pintura desse artista reflete ansiedade, inquietação e uma luta contínua em direção à anulação das formas e sua simplificação. A atitude de estilizar as figuras, cuja inércia plástica introduz uma leve esperança na visão pessimista da vida, está na sua base pictórica. "Ausência" de Márcia Franco Seu tema central é a humanidade com seus sentimentos e seus problemas de vida de cada dia, numa relação contínua entre tema e objeto. "Miscigenação" de Gustavo Lima Suas obras revelam uma íntima aproximação ao caráter dos personagens, em que uma significativa pureza se manifesta, testemunhando o amor e a preocupação em tudo o que representa o mundo da infância. "Índia Carajá" de Rosa Godoy Rica de temas tipicamente brasileiros e personagens indígenas. Suas formas e cores se decantam em pintura minuciosa, cheia de luz. Seus temas mais freqüentes convergem em defesa da natureza, mas com ênfase nos povos indígenas do Brasil Central e seu hábitat. "Seleção do Brasil" de Canato A obra nos transporta por instantes a um mundo de contrastes na às quais, muitas vezes, não mais pensamos e seu maior mérito é aquele de oferecer ao momentos de profunda reflexão. O resultado são momentos da vida cotidiana da criança de nossos dias que revelam uma "sensibilidade" não retórica, mas poética. "Paulistinhas" de Cristina Motta Insistindo tanto sobre o conteúdo quanto sobre a forma, a energia criadora da artista coloca uma acentuação vibrante sobre motivos e cenas reais do cotidiano, do qual a criança é a principal protagonista. "Garoto no Rio Trombetas" de Jhorie A artista tem o privilégio de movimentar-se, sem forçar parâmetros, numa área de realismo pós-impressionista onde a pintura se compõe em efusões de estados de alma.