Realizou-se, em 8/10, no Auditório Franco Montoro, o Encontro do Movimento Popular de Saúde. Solicitado pelo deputado Roberto Felício (PT), o evento contou com a presença de profissionais da área da saúde e representantes da sociedade civil organizada que milita na área. O encontro faz parte da Caravana em Defesa do Sistema Único de Saúde, organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão do Ministério da Saúde, para percorrer todo o país e ouvir a população para buscar formas de fortalecer o SUS, aparelhando-o para prestar atendimento adequado à sociedade. São Paulo é o 14º Estado percorrido pela caravana. Antonio Alves de Souza, secretário de gestão estratégica e participativa do Ministério da Saúde, explicou que essa atividade faz parte de uma agenda política definida pelo CNS. Segundo Souza, a formação do SUS, baseada no princípio da participação social e a cogestão, contou com a participação de 50% de delegados representando usuários. A base do funcionamento é o Plano Municipal de Saúde (PMS), consoante com os planos Estadual e Nacional de Saúde, que preserva a autonomia do gestor local. A informatização do SUS permitiu a formação de um banco de dados nacional que possibilita o gerenciamento dos recursos de forma padronizada. O encontro também serve para fazer uma avaliação do sistema, 20 anos após sua criação. Apesar dos avanços do sistema, Souza afirma ainda há problemas, como a falta de uma fonte permanente de recursos para subvencionar exclusivamente a saúde no país e carência de recursos humanos. O presidente do CNS, Francisco Batista Junior, esclareceu que a Caravana é um fato novo no sistema de saúde. "Aprovamos um documento que possa ser apresentado ao presidente Lula e à Câmara Federal, sugerindo medidas que entendemos que devem ser colocadas em prática imediatamente para resgatar a qualidade de funcionamento do SUS. O sistema, sendo universal e integral, é muito ambicioso. Entretanto, é sub-financiado. Comparado com países como Argentina e Chile, o recurso que é destinado ao programa de saúde no Brasil é muito menor", disse. Ele também enfatizou que a realização do diagnóstico precoce de doenças como hipertensão, diabetes e câncer, que incidem de forma numerosa na população poderiam ser minimizados. Na opinião de ambos os integrantes do SUS, o subfinanciamento do sistema limita a existência de equipamentos que permitam o a prevenção.