Foi lançado nesta segunda-feira, 17/9, na Assembléia Legislativa, o movimento em prol da libertação da senadora franco-colombiana Ingrid Betancourt. Por iniciativa da deputada Vanessa Damo (PV), os 108 países onde o Partido Verde tem representação estão reunidos, na mesma data, com o objetivo de unir moções para que os presidentes interfiram na libertação da senadora e dos demais 60 seqüestrados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Marcaram presença o presidente da Assembléia Legislativa Vaz de Lima (PSDB), os presidentes nacional e estadual do PV, respectivamente, José Luiz Penna e Regina Gonçalves, o secretário municipal de Meio Ambiente da Capital, Eduardo Jorge, o secretário de relações internacionais do PV, Marco Antônio Mróz, deputados estaduais e os cônsules da Colômbia, Maurício Acero Montejo, e da França, Jean-Marc Graire.Para Vanessa Damo, alcançar todas as esferas de poder do Brasil vai fortalecer o movimento. "Nosso intuito é chamar a atenção do presidente Lula, pois já fizemos algumas tentativas para que ele desse apoio ao governo colombiano, mas não obtivemos êxito". Ela também ressaltou a questão humanitária. "Estamos falando de gente. Temos que combater situações inaceitáveis em conjunto". Vaz de Lima disse que esta iniciativa, com a inclusão da legislatura paulista, é essencial, pois a Assembléia está sempre de portas abertas para ações que estejam voltadas à inclusão social, liberdade e democracia. "A Ingrid foi vítima de um crime hediondo, que vai contra a democracia. Temos preocupação com isso aqui no Estado". Segundo o presidente da Comissão de Assuntos Internacionais, Estevam Galvão, é importante o brasileiro exercer a cidadania em casos como esse. "Vivemos num mundo globalizado, e muitas questões podem ser resolvidas com conversa e negociação". Já o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, destacou que é imprescindível ampliar o foco da luta, mas sem perder a visão de que estamos vivendo num tempo difícil. "É hora de aprofundar a discussão da democracia e fazer do nosso continente um exemplo de pluralidade e modernidade. Precisamos livrar Ingrid e o continente da obscuridade". O secretário de Relações Internacionais, Marco Antônio Mróz, salientou que a luta é para todos os preocupados com os direitos humanos. Para ele, a geopolítica da América Latina está desestruturada, e, por isso, pressupõe um acordo entre os países, sem vencedores, nem derrotados. Apenas um acordo em prol da vida e da democracia. Regina Gonçalves frisou que as pessoas têm dificuldade em sensibilizar-se, o que, de certa forma, prejudica o movimento.O deputado federal Fernando Gabeira (PV) sugeriu auxílio nas bases de apoio das Farc, para ver se elas cedem e libertam não só Ingrid Betancourt e sua assessora, Clara Rojam, mas todos os seqüestrados. Ele propôs, também, a criação de um comitê para ampliação da causa.Ingrid Betancourt e sua assessora Clara Rojas foram seqüestradas em 23 de fevereiro de 2002. A candidata à presidente da Colômbia é conhecida pelo combate à corrupção e por defender os direitos humanos, como liberdade, paz e justiça. Recentemente, o policial Jhon Frank Pinchao, que também foi seqüestrado, fugiu do cativeiro e revelou que os prisioneiros são mantidos em condições subumanas.