Exatamente há cinco anos, em 29 de agosto de 2002, a Assembléia Legislativa inaugurava com 67 obras a primeira fase de seu Acervo Artístico numa solenidade presidida pelo deputado Walter Feldman, então presidente da Casa, afirmou na ocasião: "Se esta é a Casa do Povo paulista, então o povo tem de cuidar desta Casa. Temos de ter a contribuição de todos os que compreendem a democracia, as pessoas pouco sabem como participar da Casa, do plenário, das comissões. O acervo artístico será, então, mais uma forma de aproximar a sociedade da Casa".O deputado Hamilton Pereira, na época 1º secretário da Mesa, relatou na ocasião que, desde a primeira reunião ficou clara a necessidade de modificar o lay-out da Casa com a introdução de obras de arte. "Este é um dos momentos mais importantes da Assembléia Legislativa, salientou. A Casa do Povo não poderia prescindir da arte e da cultura. A arte é como a síntese da humanidade, o que ela produziu de mais belo em sua história. Este acervo artístico está transformando um ambiente taciturno em um local resplandecente de luz e de cor". Por sua vez, o crítico Emanuel von Lauenstein Massarani superintendente do Patrimônio Cultural da Assembléia destacou em seu discurso a ação prodigiosa desta Casa em benefício do restabelecimento da democracia no país. Salientando ainda que um dos desafios daquela Mesa da Assembléia fora criar uma ação cultural e um acervo permanente na Casa. E concluiu: "A iniciativa é uma homenagem aos 3.500 funcionários da Assembléia e aos milhares de visitantes que poderão ficar mais perto da cultura brasileira e das representações artísticas."Projeto do painel São PauloEm setembro de 2004, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sidney Beraldo, recebeu em seu gabinete, o consagrado pintor Rodrigues Coelho, que lhe apresentou um estudo para o painel São Paulo, a ser instalado no Hall Monumental do Palácio 9 de Julho, em comemoração aos 170 anos da criação da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. O pintor descreveu na ocasião que o painel seria constituído de 12 módulos e medindo 14 metros de comprimento e 4 metros de altura, incluindo fatos importantes da história paulista, desde a fundação de São Paulo, em 1554, até nossos dias.A inauguração da grande obra se deu a 11 de agosto de 2005, em cerimônia presidida pelo deputado Rodrigo Garcia e com a presença de inúmeros parlamentares, representantes do corpo consular, autoridades civis, militares e grande número de artistas. O descerramento da obra deu-se ao som do poema sinfônico Assim Falou Zaratustra, de Richard Strauss, executado pela Orquestra Sinfônica do Conservatório Dramático Musical de São Paulo e, em seguida, o rapper Danilo Hernandes leu poesia descrevendo a pintura.Na ocasião, o professor Rodrigues Coelho descreveu a trajetória da criação da obra e o interesse de homenagear a Assembléia Legislativa no ano em que comemorava os 170 anos de sua fundação. A seguir, Massarani analisou pormenorizadamente o painel doado, seja do ponto de vista histórico quanto artístico.Formalização do Museu do ParlamentoAntes de seu discurso, Rodrigo Garcia homenageou o autor da obra outorgando-lhe a Ordem da Constituição, instituída pela Assembléia, oportunidade em que ressaltou a importância da doação, sobretudo porque, instalada no Hall Monumental do Palácio 9 de Julho, tornou-se o portal de entrada do novo Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.Após o concerto sinfônico, a Mesa Diretora, constituída ainda pelos deputados Fausto Figueira e Geraldo Vinholi, assinou o ato que formalizou a instituição do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, reunindo na época cerca de 800 obras de arte.Reconhecimento internacionalNestes últimos anos, a Assembléia Legislativa tem recebido reconhecimentos internacionais através de medalhas e diplomas pela criação do Museu, que, por seu ineditismo, tem sido considerado o único museu de arte do gênero instalado num Parlamento. Este ano, já com 1.025 obras e tendo em vista a preocupação da atual Mesa Diretora de desenvolver ainda mais as atividades culturais, musicais e artísticas, a Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Florença outorgou ao Legislativo Paulista a Grande Medalha Lorenzo De" Medici, o Magnífico.A importante distinção atribuída a cada cinco anos por aquela entidade reconhecida oficialmente pelas Nações Unidas, Unesco, União Européia e Governo Italiano foi entregue ao presidente Vaz de Lima pelo superintendente do Patrimônio Cultural, Emanuel von Lauenstein Massarani.