Por iniciativa do deputado José Candido (PT), foi aberta na noite da última terça-feira, 16/03, na Assembleia, a exposição fotográfica itinerante Como Salvar a Ilha de Moçambique?, projeto da ONG Círculo de Mulheres da Ilha de Moçambique. O organizador do evento, Carlos Pinto de Magalhães, explicou o objetivo da exposição: "Esta exposição tem a finalidade de informar a todos sobre a situação caótica do patrimônio cultural da humanidade que é a Ilha de Moçambique". De acordo com ele, a Ilha oferecia condições para as pessoas viverem tranquilamente. Porém, com a guerra civil, devido à enorme quantidade de minas que foram plantadas nas fazendas do continente, começou a ocorrer uma grande migração da população agrícola em busca da segurança que a Ilha de Moçambique oferecia. Com a fuga em massa, a ilha não suportou a superpopulação: "Evidentemente que ela não tinha estrutura para arcar com toda essa população, e consequentemente começou a ruir", ressaltou o curador Carlos Pinto de Magalhães. Um pouco de História Classificada pela Unesco como patrimônio da humanidade, a cidade da Ilha de Moçambique foi até 1822 capital de Moçambique e importante entreposto comercial dada a sua estratégica localização geográfica, que a fez ponto de passagem e parada obrigatória de todo o comércio da costa oriental africana dos séculos XV ao XVIII. O cruzamento de rotas fez nascer uma cultura islamizada, fruto do contato entre árabes, africanos e europeus. Com uma elevada densidade populacional, ocupa uma reduzida área de 1km² e possui como atividades principais a pesca, o comércio e o artesanato, com destaque aos trabalhos prata. A exposição Os habitantes da Ilha de Moçambique, principalmente as mulheres, através da pergunta que deu título à exposição itinerante, querem salvar o patrimônio arquitetônico responsável por levar a ilha a ser considerada pela Unesco patrimônio da humanidade. Terminada a exposição, as sugestões e assinaturas recolhidas durante a exposição serão enviadas para a Unesco como forma de pressionar o governo moçambicano a estruturar uma política socioeconômica para o país e preservar as edificações da ilha, importante patrimônio para o fomento do turismo. De acordo com o curador e organizador do evento, a exposição é levada para regiões que possuam valor histórico e cultural, promovendo uma interação entre os habitantes dessas regiões. No Brasil, a exposição já passou pelo Distrito Federal, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Sergipe e Alagoas, e fica no Espaço Cultural V Centenário, na Assembleia Legislativa, até 26 de março de 2010.