Precisão, clareza e cromatismo rítmico nas obras geométricas de Bel Magalhães

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
22/02/2008 16:48

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Bel Magalhães<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/massa-Bel.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Planos 5<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/massa-BelObra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Grande admiradora do abstracionismo histórico, Bel Magalhães é uma artista que crê na pesquisa séria e tenaz, isto é, na pesquisa da forma pura como conquista do absoluto. Mesmo sem inflexões místicas ou idealísticas, ela recusa a redução da abstração ao "trompe l'oeil" de muitos artistas pop.



A derivação geométrica da artista, presente em sua carreira "abstrata", não é a priori. Embora tivesse começado nas artes como pintora figurativa, em virtude de sua formação de arquiteta rompeu com a primeira, passando a se dedicar às pesquisas abstratas, muito próximas do concretismo europeu.



Bel Magalhães seguiu o caminho da geometria com o seu puro rigor construtivo e arquitetônico. A qualidade de suas obras é de alto nível, revelando um instinto quase clássico, pela extrema precisão do resultado formal, índice de uma característica clareza mental.



A sua imaginação não é metafísica nem mística, mas puramente concreta e operativa: sua tendência é verificar as relações entre as formas e a própria construção das formas. O seu construtivismo é um modo todo seu de ser fiel à própria época, de projetar-se e descobrir um estilo próprio.



Nesse sentido, Bel Magalhães não pode ser considerada revolucionária, pois não pretendeu romper as pontes com a tradição, somente renová-la, dando ao mundo moderno novos emblemas pertinentes. Ela se sente, de certa maneira, inserida na evolução da história, não a interrompendo, mas prosseguindo-a -portanto, plenamente consciente de sua modernidade e, ao mesmo tempo, de sua mais autêntica tradição.



Em suas obras recentes, como em "Planos 5", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Bel Magalhães aplica um cromatismo rítmico a suas estruturas. A feliz inventiva não é somente formal, pois o próprio papel da cor é determinante na formação de suas telas: a cor preenche os esquemas, os vivifica e os torna reais.



A Artista



Bel Magalhães, pseudônimo artístico de Isabel Magalhães, nasceu em 1959, em Belo Horizonte, MG. Após concluir o curso de arquitetura na Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro (1981), mudou-se na década de 1980 para São Paulo, onde mora e trabalha.



Seguiu cursos de artes plásticas com Lígia Pape (1979); pintura no MAM, Rio de Janeiro (1982); desenho artístico na Fundação Armando Álvares Penteado, SP (1985); pintura a óleo na Faap, SP (1986); técnicas mistas com Ayao Okamoto, na Faap, SP (1987 e 1988); pintura no Atelier Cavallini, em Florença, Itália (1990); pintura na Parsons School of Design, Nova York, EUA (1994); pintura com Marco Gianotti, no MAM, SP (2002); e história da arte no MAM, SP (2003).



Participou das seguintes exposições coletivas e salões de arte: Alunos da Fundação Armando Álvares Penteado (1986, 1987 e 1988); Salão da Hípica de Guaratinguetá, SP (1999); Paço das Artes de Roseira, SP; 50° Salão Ararense de Artes Plásticas, Araras, SP (2002); Salão de Artes Visuais de Vinhedo, SP; 51° Salão Ararense de Artes Plásticas, Araras, SP; 23° Salão Bunkio de Arte Contemporânea, SP (2003).



Recebeu o Prêmio Aquisição do Salão de Artes Visuais de Vinhedo e a Medalha de Prata no Salão Ararense de Artes Plásticas em 2003.



Desde 1987 trabalha como pintora mural em São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Possui obras na Prefeitura de Vinhedo e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp