As composições florais de José Galvão se constituem num poético hino à natureza

Emanuel von Lauenstein Massarani
19/04/2004 14:00

Compartilhar:

Floral com Aquário<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Flores.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> José Galvão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/JoseGalvao.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O romantismo de José Galvão é o resultado de um lento amadurecimento e não o de escolhas apressadas. Por isso, suas composições florais, tão ricas de vibrantes acentos e assim permeadas de uma luz interior, parecem tantas janelas que se entreabrem sobre uma paisagem ideal quase a nos impulsionar a um íntimo colóquio.

Debruçar-se nessas janelas quer dizer respirar aquele ar sutil, indefinível, quase inalcançável, até mesmo mágico que atravessa nosso íntimo sem que nos apercebemos. Isso é possível quando frente às belezas do Criador e como reflexo às sugestões de uma obra pictórica voltamos à "infância".

Suas composições florais são visões puras em que nenhuma figura humana rompe a harmonia da natureza e da obra do homem. Suas cores são tonais, atmosféricas, abrangem um amplo horizonte e traduzem um visual moderno, equilibrando os efeitos de uma síntese expressiva.

Sua criatividade, próxima de um realismo sadio, se afasta da tradição formal pela força cromática e pelo ímpeto pictórico de sua pincelada que cria uma pintura pastosa e bem encorpada.

O amor genético que José Galvão tem por Iguape, sua terra natal, faz com que o pincel em suas mãos imprima sobre a tela uma lírica relevância das atmosferas envolventes. Em Floral com Aquário, obra doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, o artista une à imagem toda a luz, o calor e a poesia, transformando seu quadro num hino à natureza.

O Artista

Autodidata, Galvão, pseudônimo artístico de José Galvão de Aguiar, nasceu em Iguape, SP em 1953. Cursou o Colegial técnico de eletromecânica, onde adquiriu experiência em desenho técnico de mecânica e ferramentaria. Como artista plástico desenvolve seus trabalhos a lápis, lápis de cor, carvão, nanquim, aquarela e óleo.

A sua técnica, adquirida por meio da curiosidade, agrupa em suas obras o spray, a espátula, a serigrafia e o pincel. A tônica de suas obras está na criação, na transformação dos ambientes, formas e no uso de cores predominantemente quentes. Dedica-se paralelamente na arte de modelar em papel machê, sobre estruturas de madeira, arame e bambu - técnica conhecida em sua região como "empapelamento". Como carnavalesco desenvolve enredos e desenha e executa fantasias e alegorias.

Realizou exposições individuais na Faculdade Scelisul de Registro e nos espaços culturais das Casas Pernambucanas e do Banespa de Iguape. Participou do Mapa Cultural Paulista, nas modalidades de pintura e fotografia e expôs suas obras no Salão Benedito Calixto de Itanhaém, no Salão de Artes de Caraguatatuba e em diversas exposições coletivas.

alesp