Frente discute a violência contra a mulher


11/12/2007 20:00

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Reunião da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/FRENTE PARL DIR MULHER GERAL mmy (47).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Realizou-se nesta terça-feira, 11/12, no Plenário Tiradentes, reunião da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher, com a finalidade de discutir o tema "Violência psicológica e econômica contra as mulheres". A deputada Ana Perugini (PT), criadora e coordenadora da frente, abriu o evento, que contou com a participação da fundadora e diretora do projeto Espaço Mulher, Elisabeth Mariano, da psiquiatra Cecília Helena Grandke, de representantes de Ongs e de movimentos pelos direitos das mulheres e interessadas em contribuir para a luta contra a discriminação de gênero.

"Vivemos numa cultura cruel, dissimulada e de absoluta discriminação contra as mulheres. Cabe a nós lutar pela igualdade, por meio de políticas afirmativas, inclusive por meio da participação na vida político-partidária. A Lei 11.340/06, denominada Lei Maria da Penha, criada há um ano, foi um marco na luta pela igualdade, quando aumentou a punição aos agressores. Mas a legislação tem de ser considerada um programa de proteção, não só uma lei a ser cumprida, e assim deve ser entendida", disse Perugini. Segundo a deputada, a cada 15 segundos uma mulher é espancada no país, e contra situações como esta é que se deve lutar.

"No Brasil, apesar de termos uma Constituição que nos garante igualdade de direitos em relação ao homem, apesar de termos vários estudos sobre violência, nada de concreto ainda se conseguiu fazer para acabar efetivamente com a violência contra a mulher. Está na hora de enfrentar o problema. Nós, do Espaço Mulher, constatamos com muita freqüência casos de discriminação, e recebemos também denúncias de abusos. Sei de pesquisadoras de universidade que foram demitidas da instituição em que trabalhavam por causa de trabalhos sobre violência contra a mulher", declarou Elizabeth Mariano. De acordo com ela, apesar dos avanços obtidos na área dos direitos humanos, há muito a ser feito: "Precisamos de ouvidorias comprometidas com a causa, precisamos de vigilância, precisamos perceber a contaminação da mídia pela discriminação. A Assembléia Legislativa é um espaço para discutirmos nossos problemas e a frente é uma esperança de buscarmos soluções práticas para eles".

Cecília Grandke fundamentou sua palestra na visão junguiana das relações humanas. "Todos nós temos o masculino e o feminino no inconsciente e para manter essas funções em equilíbrio temos as funções anima (no homem) e animus (na mulher)."

Assim, segundo Cecília, os homens vivem estágios psíquicos: Eva, onde a relação com a mãe é enfatizada, Helena, onde a imagem sexual é o enfoque, Maria, voltada para religiosidade e relações estáveis, e Sofia, onde reina a sabedoria. É a partir do estágio em que se encontra que o homem vai pautar suas relações com a mulher.

Já a mulher vive os seguintes estágios: materna (o marido se torna filho), etaria (é a parceira que atrai mas não estabelece vínculo), amazona (é a conpetitiva que nega a feminilidade) e a curandeira (são as solidárias que pensam no coletivo).

A psiquiatra explicou que homens no estágio Eva tem tendência a serem alcoólatras e dificuldade de se relacionarem. Os homens projetam na mulher seus estágios de anima.

A palestra abordou a influência dos aspectos psíquicos nas relações que os homens estabelecem com as mulheres e dentro dessas relações podem ocorrer atos violentos.

alesp