A pintura de Marina Vicari, rica de citações e simbologias canônicas

Emanuel von Lauenstein Massarani
29/04/2004 14:00

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Marina Vicari<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Marina Vicari.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Obra A medusa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Marina Vicari  A medusa.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O modulo expressivo e surreal consente a Marina Vicari de manifestar, por intermédio de uma forma de livre evasão, uma visão também onírica do próprio mundo, onde o ser humano, tema dominante, é colocado em contínua relação consigo mesmo e o ambiente do qual é parte integrante.

Nessa ótica se insere, de modo coerente, o seu esquema compositivo para recrear, nas justaposições de planos e de cores, o sentido metafísico da representação que assume assim uma função estimulante para o espectador.

À medida que aprofundamos a leitura, a obra de Marina Vicari parece recuperar uma sorte de autônomos valores espaço - temporais todos seus. A profundidade está no pânico sentido da angústia, a sincronia é dada pela progressiva e inquietante sensação de eventos passados e futuros que, em crescendo, nos investem e coenvolvem. Possivelmente, é exatamente esse sentido do inevitável que permite de subtrair de uma pintura rica de citações, simbologias contadas com técnica sábia.

A visão científica da vida, para alguns, está ainda no estado de magia, de exorcismo, enquanto que as possibilidades da mente humana são ainda românticas e ideais. Para quem a lembrança e a fé fazem de antídoto à brutalidade do verdadeiro: um jogo fascinante e alucinante - igual ao próprio jogo da vida - existe sempre um equilíbrio entre antes e depois, entre hoje e amanhã, mas particularmente para essa artista, entre hoje e ontem.

Na obra 'A medusa', doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, o discurso de Marina Vicari oscila entre o amargo e o doce não abrindo uma passagem intransponível, mas criando uma ponte entre o problema do singular e do interesse geral.

A Artista

Marina Vicari, pseudônimo artístico de Marina Vicari Lerario, nasceu em São Paulo em 1952. Formou-se pelo curso superior de Propaganda e Marketing da Faculdade Anhembi - Morumbi e pelo curso superior de Educação Física da USP.

Estimulada por seu pai, o conhecido arquiteto italiano Vicari, desde a mais tenra idade, tomou contato com a arte, sua historia e seus estilos. Paralelamente a suas atividades artísticas dedica-se à Literatura, escrevendo romances e livros de poesia. Recentemente descobriu sua vocação no campo das artes plásticas adotando o estilo realista, tendo como mestre desde 1999, o artista Maurício Takiguthi. Desde então realiza trabalhos em carvão (branco e preto), pastel e óleo sobre tela ou papel. No ano de 2001 freqüentou um workshop com Daniel Greene, conhecido retratista americano no campo do pastel.

Entre as diversas exposições participou do: 14º Salão de Arte da Associação Comercial de São Paulo, Distrital de Pinheiros (2001); 2º Salão de Arte Figurativa do Bunkyo; 2º Salão Barbarense e Concurso Cultural Bayer (2002); 19º Salão de Abril de Belas Artes de Franca; 3º Salão de Pintura Figurativa Bunkyo; XVIII Salão de Artes Plásticas de Arceburgo, MG; 8º Salão de Artes Visuais de Vinhedo, SP (2003); "Uma viagem de 450 anos", SESC Pompéia, São Paulo (2004).

Recebeu inúmeros prêmios, medalhas e distinções por sua participação em diversos certames artísticos. Suas obras figuram em diversas coleções particulares e no Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho.

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