Zona Leste da Capital pode ter agência de desenvolvimento do turismo

A iniciativa do deputado Simão Pedro prevê a identificação das potencialidades regionais e levantamento histórico
27/03/2006 17:50

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Esboço da Capela de São Miguel Arcanjo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/zl6.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Agência de desenvolvimento do turismo da zona leste da capital <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/zl1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Capela de São Miguel Paulista, a mais antiga da Capital - construída em 1622<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/zl7.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> O Memorial do Imigrante<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/zl3.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A criação de uma agência de turismo especificamente voltada ao incremento do potencial turístico da zona leste da capital paulista é o objetivo do Projeto de Lei 151/06, do deputado Simão Pedro (PT), apresentado à Assembléia em 25/3. A iniciativa autoriza o Estado a criar a Agência Estadual de Desenvolvimento do Turismo e do Lazer na Zona Leste, que irá planejar o desenvolvimento turístico. Para isso, será responsabilidade da agência promover: a identificação e a potencialidade regional; o levantamento histórico da formação urbana e cultural, e dos grupos artísticos e artesanais; a preservação arquitetônica, ambiental e cultural. A agência poderá também apresentar propostas aos órgãos competentes, tanto no âmbito nacional, como no estadual e no municipal, de ações para a recuperação de sítios arqueológicos, históricos e ambientais.

"A região tem um potencial turístico que até hoje não foi desenvolvido e explorado convenientemente", justificou o deputado Simão Pedro ao apresentar a iniciativa. E completou: "A cidade de São Paulo é a segunda mais visitada no Brasil por turistas estrangeiros. O setor turístico gerou, em 2004, conforme dados da Secretaria Estadual, receita de R$ 1,58 bilhão".

Os fatores, indicados por especialistas, que poderiam ampliar o interesse dos turistas que visitam a Capital paulista, a maioria para realizar negócios, são os mesmos que atrairiam visitantes de outras localidades. A beleza natural, a tradição cultural, o patrimônio histórico, a arquitetura, o clima e o meio ambiente diferente da cidade da qual se origina o turista são apontados como os que despertam sua curiosidade.

"A zona leste tem alguns desses fatores, principalmente seu patrimônio histórico e ambiental", destaca Simão Pedro no texto do projeto. A afirmação do deputado encontra respaldo em levantamento feito por seu mandato.

Construções que integram o patrimônio histórico da zona leste

A Capela de São Miguel Arcanjo

Construída por indígenas em 1622, em substituição à que foi levantada por José de Anchieta em 1560, a capela apresenta características únicas, segundo Roseli Santaella Stella, doutora em história pela USP. Stella afirma que a capela talvez seja a última no Brasil que mantém intactas suas varandas originais. Ela é também a terceira mais antiga construção no Estado. As duas primeiras são o Forte da Barra Grande de Santos e o de Bertioga. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a capela será restaurada com recursos da Lei Rouanet. A captação foi autorizada pelo Ministério da Cultura em 2005.

A Catedral de São Miguel

A organização do Museu Diocesano da Catedral de São Miguel está sendo feita pela própria diocese, com destaque para os painéis de Cláudio Pastro.

A Casa do Regente Feijó

O Sítio Paraíso, em Aricanduva, foi propriedade do deputado da Assembléia Geral da Província de São Paulo, ministro da Justiça e regente do Império, Diogo Feijó (padre), que ali se refugiava de suas agruras políticas. A casa também foi levantada pela técnica de taipa de pilão, à semelhança da Capela de São Miguel. Feijó viveu ali por 14 anos, a partir de 1827. O local teve vários donos antes e depois da figura histórica e o registro mais antigo de transferência de propriedade data de 1698.

O Sítio Mirim

Do ponto de parada dos bandeirantes paulistas que se dirigiam ao Rio de Janeiro, restam alicerces e paredes em risco de destruição pelo avanço urbano. Poderia ser incluído, a partir de uma recuperação, no contexto turístico regional.

O Memorial do Imigrante

A hospedaria que recebia os imigrantes da Europa e da Ásia que vieram como mão-de-obra substituta à dos escravos, construída entre 1886 e 1887, foi transformada em museu. O acervo contém informações das correntes migratórias chegadas a São Paulo pelo porto de Santos.

A Casa do Tatuapé

Outra construção em taipa de pilão e pau-a-pique característica do período bandeirante, a Casa de Tatuapé foi usada como residência na época de sua edificação em 1698. Foi transformada em olaria a partir do final do século 19 e, por fim, sede de uma indústria têxtil, antes de ser tombada pelo Iphan em 1945.

Itaquera

Além da capela da Fazenda Morgante com aproximadamente cem anos, também tombada pelo Iphan, a região de Itaquera possui atrativos turísticos como o Parque do Carmo; a Área de Proteção Ambiental (APA) do Carmo e a APA da Várzea do Tietê; e o Parque Ecológico Tietê, em Ermelino Matarazzo.

alesp