Acervo Artístico

O "animalismo" de Alberto Tembo: estado de alma em defesa da fauna em extinção
01/08/2003 15:26

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...Alberto Tembo ao Acervo Artístico do Assembléia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/DSC_2268.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Emanuel von Lauenstein Massarani

Existe nas obras de Alberto Tembo uma clara persuasão que se comunica, que fala através de imagens submissas, com um íntimo pudor. Trata-se de uma pintura que não pode ser admirada através de uma olhar apressado, embora nos tempos tumultuados em que vivemos possa também parecer uma pintura "fora do tempo".

Na realidade, o chamamento desse jovem artista a um "momento de silêncio" não é tão somente um convite para não nos distrairmos, mas também para nos concentrarmos sobre uma possível relação com a natureza; para, nela, renovarmos em nós mesmos a consciência de não violência,

Esse chamamento não pode de maneira alguma ser rejeitado, pois o pintor, que se especializa na arte do animalismo - a exemplo dos antigo viajantes que percorreram o Brasil na época colonial -, deseja preservar as espécies em via de total extinção. E o método que Alberto Tembo escolheu foi pintando nossa fauna e nossa flora.

Existe muita poesia em sua pintura e um sentido profundo de humanismo expresso por intermédio de meios plásticos simples e sinceros. Seu trabalho é sólido, constituído de grandes efeitos de massas com tonalidades quentes, até mesmo sombrias, muito próximas do ambiente de floresta onde vivem esses animais.

De suas pinturas aparece sempre uma realidade que, mesmo elaborada, não é por ele violentada. O artista refuta uma paroxismo neurótico por uma calma compreensível de tudo o que a natureza lhe proporciona, conseguindo assim comunicar aos outros, de maneira direta, suas experiências.

Os quadros "Bicho-preguiça" e "Tamanduá", doados ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, constituem de fato a transposição de um estado de alma que não permanece tão somente no embrião do traço pictórico.



O Artista



Descendente de uma família de escultores, Alberto Tembo nasceu em Boston (Estados Unidos), no ano de 1974. Formou-se em Artes Plásticas na Fundação Armando Alvares Penteado, onde teve aulas com Nelson Leirner, Nikolas Vlavianos, José Spaniol e Dora Longo Bahia, entre outros.

Participou ainda de cursos os mais diversos, entre eles o de desenho livre, no Centro Cultural Vergueiro (1994) e o Workshop com a artista plástica francesa Sophie Boursat.

Sua primeira exposição foi em 1995, no XXIV Anual de Artes da FAAP. Seguiram-se as seguintes mostras: "O Sexto" FAAP, SP (1995); "Bissexto", Centro Cultural FAAP, SP (1996); Espaço Cultural do Jóquei Clube de São Paulo (1998); " Alberto Tembo: pinturas e desenhos", Frans Café, SP (1999); "Objeto Ansioso" com o Grupo Paulistanos, Selda Escritório de Artes, SP (2000); "Políticas Pessoais", no Museu de Arte Contemporânea de Americana, (2001); "Cinco", no Atelier Casa Cinco, SP (2003).

Foi laureado no IV e no V Prêmio Michelangelo de arte contemporânea, realizado em 1996 no Centro Cultural de São Paulo.

alesp