Em reunião informal realizada em 8/6, a CPI da Pedofilia, presidida pelo deputado José Bruno (DEM), ouviu o depoimento da jornalista e coordenadora da ONG Serviço Contra o Tráfico de Mulheres e Meninas, Priscila Siqueira. A jornalista falou sobre a magnitude do problema e compartilhou dados da Unicef que constatam que desde o final do século 20, cerca de 1 milhão de pessoas desaparecem por ano no mundo, vítimas da exploração sexual ou do tráfico de órgãos. Ela citou o pensador alemão Karl Marx, afirmando que no "capitalismo tudo é mercadoria". Para Priscila, é preciso verificar individualmente as causas do problema, que em sua maioria são defasagens socioeconômicas e culturais, como em Barra do Turvo, no sul de São Paulo. O município apresenta, segundo ela, o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado e a prostituição infantil é consequência da dificuldade econômica da região, que afeta centenas de famílias. Das denúncias feitas por Priscila, duas envolvem a exploração sexual de meninas nas petroleiras e em rodovias como a BR-116, onde crianças de dez anos fazem programas. "O problema está debaixo do nosso nariz, mas há uma naturalização da exploração", ela avaliou. Outro aspecto abordado por Priscila Siqueira foi a desigualdade econômica no Brasil. Para ela, problemas como o verificado em Barra do Turvo, por exemplo, só poderão ser enfrentados quando a situação socioeconômica for resolvida. José Bruno considerou a presença da coordenadora da ONG de extrema importância na CPI, já que existem indícios da ligação entre desaparecimentos e pedofilia. josebruno@al.sp.gov.br