Lafraia um discurso transparente entre surrealismo e neo-realismo A qualidade mais evidente nas obras da fase surrealista de Lafraia é sem dúvida a qualidade da paginação graças a qual o artista consegue aproximar elementos ou paisagens diversas e aumentar a força da "representação". Graças à sua habilidade cromática o artista é capaz de sustentar tanto o detalhe quanto o conjunto da obra graças a uma perfeita e quase científica calibratura de tons. Os temas prediletos nas composições de Lafraia são sobretudo os ligados à paisagem do campo ou do mar paralelamente a figuras como por exemplo bailarinas. Todos são representados com uma moderna evidência e com pessoal e poética interpretação. Com exata consciência de suas intenções e de seu mundo estético as quais sabe manter-se fiel aprofundando os elementos, o pintor sabe condensar sensibilidade e intelecto. Seu discurso aparece sempre mais transparente tendo em vista a preocupação para que não se torne superficial ou gratuito. Continuando nesse processo e utilizando temas que lhe são tão familiares, acredito que Lafraia, hábil no desenho, na pintura e na luminosidade, deva prosseguir nessa linha surrealista poético-romântica e aproveitar do crescente neo-realismo dos últimos anos para criar uma simbiose dos dois movimentos. Estará assim criando um novo estilo. A obra "Sincronia", doada ao acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, reflete o domínio técnico do artista perfeitamente integrado a uma criatividade sem limites. O artista Lafraia, pseudônimo artístico de Flávio Munhoz Lafraia, nasceu em Santos. Transferiu sua residência para São Paulo onde morou durante 26 anos. Formou-se em publicidade pela Fundação Armando Álvares Penteado de São Paulo e começou seu trabalho como "designer" gráfico, desenvolvendo técnicas de ilustração como aérografia e arte finalista para diversas agências de publicidade e propaganda da capital paulista. Durante 7 anos morou em Salvador, Bahia como "dealer" da Spirit Ferreti Yachts e a partir de 2006 retornou para sua cidade natal onde mantém seu atelier. Realizou inúmeras exposições no Clube dos Ilustradores de São Paulo (1979); Galeria Cibus, Santos (1982); Gallery Domus, Montreal, Canadá (1991); Salão de Artes Gráficas, São Paulo (1994); Galeria Documenta, São Paulo (1996); Galeria Rubaiar, São Paulo (1997); Galeria Trapiche Adelaide, Salvador (2002); Museu de Arte Moderna de Salvador (2003); Bahia Marina, Salvador (2003); Iate Clube da Bahia, Salvador (2004); Galeria Paulo Darzé, Salvador (2005); Espaço Cultural da Aliança Francesa de Santos (2007); Piola Pizzeria, Santos (2008); Pinacoteca Benedicto Calixto, Santos (2009 e 2011). Possui obras em diversas coleções particulares no Canadá, na Bahia, em Santos e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.