Uma constante na obra de Rina Calzavara Kipman: A fusão da realidade e da fantasia

Emanuel von Lauenstein Massarani
29/08/2003 14:00

Compartilhar:

Rina Calzavara Kipman<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Rina KIPMAN.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Rina Calzavara Kipman, que comemora a 1º de setembro próximo seus 100 anos de vida, é uma pintora que tem o privilégio de, desde a década de 30, encontrar refugio na arte com a qual recria o seu mundo de predileção, conseguindo materializar sua vida interior afastando-se um pouco da realidade quotidiana.

Por essa razão, ela cunhou um estilo que muitos diriam pouco atual, esquecendo-se de que a originalidade é proveniente, muitas vezes, da firme determinação de seguir uma linha contra-corrente, onde podemos admirar a exata tradução plástica de um pensamento, de uma visão e de uma imaginação perfeitamente determinadas.

Nada em sua arte, nem mesmo um detalhe, está presente sem que seja imposto pela necessidade do discurso e das exigências do ambiente. Essa mensagem desempenha um papel considerável pela qualidade de sua poesia, cuja cor metafísica se acentua de obra em obra.

Em certos temas históricos, tomados em versões diferentes - especialmente os da série "Passado e presente", os personagens que reaparecem com insistência possuem um significado que contribui à existência e a expressividade de uma mitologia pessoal.

Com simplicidade, sua obra cria no espectador um imediato envolvimento de prazer e harmonia, onde personagens e clima envoltório se constituem em expressões exultantes de fusão da realidade e da fantasia, harmonizados através de cores sóbrias, com um evidente gosto cenográfico.

Assim é também a obra "Encontro Inesperado", que Rina Calzavara Kipman doou ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, na qual a composição reevoca o encontro dos primeiros portugueses com os nossos gentios, numa evidente alusão aos primórdios do Brasil colonial.

A Artista

Rina Calzavara Kipman nasceu em Socorro, Estado de São Paulo, em 1º de Setembro de 1903. Cursou desenho e historia da arte com o professor Demétrio Kipman e na Associação Paulista de Belas Artes de São Paulo; Pintura com a professora Ana Schultz e a professora Habuba Riccetti; Gravura com o professor Romildo Paiva e Escultura com o professor Dominique Kolinhajev e tendo com o orientadores os professores Juliana Pedrazza Arias e Carlos Garcia Arias.

Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se, entre elas: 28º, 29º, 30º, 31º e 32º Salão da Associação Paulista de Belas Artes (1969, 1970, 1971, 1972, 1973) "A Mulher", A. P. B. A., SP (1969); Bragança Paulista (1970); Salão da A. P. B. A., Embu (1971); 1º, 2º, 3º e 4º Salão da Primavera, A. P. B. A (1971, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1976); Salão da Paisagem Paulista, A. P. B. A. (1971, 1972, 1973, 1974 e 1976); 14o e 15º Salão de S. Bernardo do Campo (1971 e 1972); 14o Salão da Arte Barroca de Minas Gerais, SP; 11o e 12º Salão Municipal de Jaboticabal (1972 e 1973); XX Salão de Belas Artes de Piracicaba (1972); 6o e 7º Salão Lions Club da Vila Prudente (1973 e 1974); Salão de Artes Plásticas de Sorocaba; 1o. Congresso Brasileiro de Educação Artística; XXVIII Salão Art Contemporain International de la Librairie, Galerie Crosier de Lyon, França; Concours International de La Palma dês Beaux-Arts de Mônaco, Monte Carlo (1974); 1o Salão Internacional de Artes Plásticas de Vila Maria; VII Concours International de La Palma D'Or des Beaux-Arts de Mônaco, Monte Carlo, Galeria "Contorno"; I e II Salão de Artes de Itapira (1975 e 1976); XI Salão de Itapetininga; 1o. Salão de Maio na Eucat; 1o. Salão Paulista da Associação dos Amigos; V Salão Bunkyo, da Cultura Japonesa (1976); Salão do Clube Literário, Sociedade Sinfônica Amadores da Arte Musical, Bragança Paulista (1977); Galeria "Auditório Itália", do Terraço Itália, SP (1981); Anfiteatro da Sociedade Sinfônica Amadores da Arte Musical, Bragança Paulista (1994); Anfiteatro do Teatro Anne Franck, Clube "A Hebaica", São Paulo, comemorativa de seus 95 anos (1998).

Recebeu diversas premiações e homenagens

alesp