Febem x USP

Mauro Alves da Silva, do Fórum Municipal de Educação de São Paulo, relembrou debate sobre a extinção da Febem, promovido em 15/3 pela entidade que representa e que contou com a participação de representantes de diversos municípios do Estado de São Paulo e de comunidades de regiões da capital. Silva disse que o custo anual da Febem é de R$ 1 bilhão, o mesmo valor destinado ao orçamento da Universidade de São Paulo (USP). Falou ainda da construção das novas unidades da instituição para 40 internos em municípios do Estado. "Quem garante que cada unidade vai abrigar mesmo 40 internos. Elas começam com 40, mas logo passam a 100 e 150 internos."

Água e educação

Alberto Sabá, da ONG Defensores do Planeta, lembrou da comemoração do Dia Internacional da Água, nesta quarta-feira, 22/3. Sabá disse que 13% da água do mundo está em solo brasileiro. "O ser humano pode ficar sem petróleo, sem gasolina, mas não sem água. Outros países estão de olho em nossas riquezas hídricas, que precisam ser protegidas." Sabá sugeriu o uso das Forças Armadas para defender o país. Ele pediu uma universidade pública gratuita para todos: "A única forma de nos defendermos é pela educação".

Racismo não

José Roberto Alves da Silva, do Fórum Municipal de Defesa da Criança, destacou que 21/3 foi o Dia de Luta contra a Discriminação Racial. Citou documentário veiculado pela TV Globo que mostrou que a sociedade brasileira é, sim, discriminadora. "Tanto negros como brancos são discriminados e as famílias estão desorganizadas." Segundo ele, a educação deficiente é a responsável por isso. "A própria participação dentro das escolas tem sido cerceada por direções arbitrárias."

Região desprezada

Layder Rojek, da Associação Terceiro Milênio Cratera Vargem Grande, voltou a denunciar a situação precária da região que representa. Ele disse que Vargem Grande é a região mais desprezada de São Paulo. "As escolas estão péssimas, caindo aos pedaços, os ônibus são sucatas trazidas do Rio de Janeiro, pintadas e jogadas nas ruas da região. Quando um veículo quebra, fica atrapalhando o trânsito, porque ali não existe área de escape." O representante comunitário disse também que, há mais de um ano, a comunidade de Vargem Grande vem pedindo uma ambulância, e até agora não foi atendida. "Nós sofremos, mas não baixamos a cabeça. Temos de mostrar nas próximas eleições que não somos mais aquele povo submisso", concluiu.

Albergues e brechós

Para Tcharles Santos Silva Ferreira, do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua de São Paulo, o atendimento à população sem moradia piorou na atual gestão municipal, em relação à administração anterior. "Antes, havia a vaga-inverno, para pernoite nos albergues, e veículo para recolher a população de rua. Hoje, não existem mais", afirmou. Ele lembrou que alguns albergues recebem doações e chegam até a formar pequenos brechós, "mas o dinheiro obtido não é destinado à população de rua".

Anarquista e irônico

"Sou anarquista, e não partidarista, mas reconheço que muitas pessoas em situação de rua estão clamando pela volta da ex-prefeita", afirmou Robson César de Mendonça, do Movimento pelos Direitos da População em Situação de Rua de São Paulo, referindo-se à petista Marta Suplicy. Ele convidou a população a participar de encontro para discutir a situação dos moradores de rua, que se realizará na próxima sexta-feira, às 9h, na Assembléia Legislativa.

Infortúnio

O projeto do governo estadual que institui o Adicional de Operacionalidade Local para os policiais civis e militares foi considerado "um infortúnio" pelo delegado de polícia José Martins Leal, representante do sindicato estadual da categoria. Segundo ele, a proposta, que está em tramitação na Assembléia Legislativa, mantém distância muito grande entre os valores que seriam pagos aos policiais das cidades com mais de 500 mil habitantes e aqueles que trabalham em municípios menores. "Senhores deputados, ajudem a aprovar as emendas a esse projeto, que não atende nossas necessidades de reajuste nem motiva nosso trabalho", conclamou Leal.

Carta aberta pró-Iamspe

Maria Antônia Vedoveto, da comissão consultiva mista do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, leu carta aberta em que a entidade reivindica o aporte de recursos do governo para o Iamspe, de 2% da arrecadação. Ela destacou que o financiamento do instituto conta, hoje, só com a contribuição dos funcionários e pediu a continuidade da tramitação do Projeto de Lei 74/99, que transforma o órgão em autarquia de regime especial, a revogação da lei que permitiu a aposentados ficarem isentos da contribuição e a oficialização da Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe. Ela criticou a política salarial para o funcionalismo paulista. "O funcionário público é responsável pelo estado de direito e merece mais atenção", afirmou.

Combate ao tráfico

Para Sílvio Luiz Del Giudice, representante dos trabalhadores da construção civil, é necessário que haja um reordenamento institucional para que sejam combatidos os vários tipos de tráfico. Giudice criticou os governantes do país nos últimos 30 anos que, segundo ele, com sua política neoliberal, conduziram o Brasil a uma encruzilhada.

Cadáveres

"O governador do Estado, ao invés de se preocupar com a sua candidatura, deveria saber contar os cadáveres resultantes de sua política de segurança pública, fraca, omissa e violadora dos direitos humanos", afirmou Maria Lima Matos, delegada de polícia aposentada e presidente da ONG Cidadania e Segurança para Todos. A delegada discorreu sobre a falta de policiamento no período noturno na região de Caieiras e elogiou o desempenho e a obra do ministro do Supremo Tribunal Federal, Henrique Ricardo Lewandoviski.

Virtual

Everton Soares Ferreira, do Movimento Social Cidadania Balneário, classificou as ações do governo do PSDB no Estado e na prefeitura da Capital como virtuais, pois existem apenas na publicidade. "Basta ir aos CEUs para ver as distorções que acontecem, como, por exemplo, crianças sem merenda e educadores que recebem R$ 5 por hora para ministrarem oficinas, enquanto os educadores das ONGs contratadas, ligadas a secretários de governo, recebem R$ 65 por hora. Por isso, a população quer de volta Marta Suplicy", afirmou.

Plim, Plim

"A realidade brasileira só é percebida quando a Rede Globo noticia", esta foi a crítica feita por José Leonilson de Queiroz Almeida. O representante da Associação Cultural Negros do Sol questionou as novelas que, em sua opinião, divulgam uma realidade inexistente. Queiroz fez um convite para uma feijoada no dia 26 de março com o objetivo de arrecadar fundos para a construção de um centro sociocultural em Engenheiro Marsilac.

Preocupação com os jovens

Ostentando cartaz com os dizeres: "710 dias de injustiça", Anderson Cruz relembrou o caso que envolveu aluno da escola Otacílio de Carvalho Lopes ofendido por um professor. O docente não sofreu punição pela Secretaria da Educação, e Anderson Cruz declarou que fará um bolo para lembrar o 2º aniversário do ocorrido. Anderson também criticou a juventude brasileira. Segundo ele, a maioria dos jovens brasileiros não se preocupa consigo mesmo. Os meios de comunicação seriam os culpados por essa situação, pois pregam a cultura de que o importante é apenas ganhar dinheiro, não dando o devido valor à formação da pessoa.

Tráfico de influência

"O pior tráfico é o de influência", afirmou Francisco Feitosa, do Fórum Sul, para completar que "o governo federal é especialista" nessa atividade. Para ele, "a economia não cresceu, mas a corrupção, sim". Criticou também o endividamento público e o fracasso da reforma tributária. Feitosa, após citar nomes envolvidos em recentes escândalos, como Delúbio Soares e Sílvio Pereira, declarou que tem orgulho de fazer parte do PSDB, pois, segundo ele, esse partido tem as "mãos limpas".

Liberdade de manifestação

Maria Márcia Kesselring, do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo, não poupou críticas ao secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho. Segundo ela, o secretário tenta "diminuir ou eclodir" as manifestações das categorias policiais. Márcia pediu mais respeito com relação aos representantes sindicais. Ela declarou ainda que a Constituição Federal garante o direito à livre manifestação popular para reivindicar melhores condições de trabalho e salariais.