Tráfico de órgãos humanos é tema de CPI federal em São Paulo


21/09/2004 19:00

Compartilhar:

Médico nefrologista Elias David Neto<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/CPIEliasDavid.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da CPI da Câmara dos deputados que apura o tráfico de órgãos humanos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/CPI2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Pela segunda vez no Estado de São Paulo, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos deputados que apura o tráfico de órgãos humanos reuniu-se na manhã desta terça-feira, 21/9, no plenário Tiradentes da Assembléia Legislativa. O presidente da CPI, deputado Neucimar Fraga (PL/ES) declarou que as investigações estão em fase de conclusão e que a reunião "é mais uma oportunidade de defesa para os acusados de envolvimento no tráfico de órgãos humanos".

Um dos depoimentos mais esperado foi o do médico nefrologista Elias David Neto, acusado de venda de órgãos pelo jornalista Ataíde Patrezi. O médico negou a acusação, dizendo que o jornalista passou por consulta, pagou, e foi informado sobre os honorários para o transplante de rim. Segundo Elias David Neto, o contato se encerrou aí, quando Patrezi declarou que não poderia pagar pelo transplante.

Corporativismo

Fraga lembrou que os representantes da classe médica são corporativistas, tentam barrar os trabalhos da CPI "alegam que o tráfico de órgãos não existe, não punem os casos denunciados, além de afirmarem que eventuais denúncias feitas pelos próprios profissionais ferem a ética médica".

Segundo o presidente da CPI, tal situação está nas mãos do governo federal que deve sistematizar as denúncias de tráfico de órgãos, aprimorando a legislação sobre o assunto.

Nivaldo Pereira, representante do Laboratório de Anatomia Patológica Restrito, de Franco da Rocha; Ciro João Bertoli, ex-presidente da Fundação Universitária de Taubaté; Lenita Machado Bassi, anestesiologista, e Carlos Marcondes, ex-tesoureiro da Fundação Universitária de Taubaté, foram as testemunhas convocadas pela CPI.

O deputado Rubinelli (PT/SP) afirmou que a CPI tem recebido denúncias tanto de vítimas quanto de outros profissionais da área de saúde e que também é trabalho da comissão acompanhar o andamento das investigações das CPI's estaduais. "Constatando tais crimes a CPI agirá com rigor, indiciando os responsáveis e encaminhando o relatório final ao Ministério Público e ao Poder Judiciário", disse o parlamentar.

alesp