Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - João Santeiro


21/10/2010 14:08

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João Santeiro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2010/MuseudeArteArtistaMestre JoaoSanteiro.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Nossa Senhora da Conceição<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/10-2010/MuseudeArteObra.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

João Santeiro cria imagens religiosas barrocas que possuem movimento e, portanto, vida



Mesmo com traços de vitalidade dos estilos lusitano e ibérico o "nosso" barroco adquiriu, entretanto, uma individualidade típica das terras tropicais, repletas de vegetação luxuriante e ricas de ouro.

As poucas dezenas de anos da febre que o Brasil conheceu durante a época da corrida ao ouro e aos diamantes, no século 17, marcaram, sem dúvida, o apogeu de um dos movimentos mais faustosos da história da arte no Brasil, convencionalmente chamado de barroco brasileiro.

O ouro, o rei, a Igreja... Três pilares da pirâmide social, no seio da qual, em particular entre negros e mulatos, nasceram os melhores artistas, entre eles o grande e genial Aleijadinho. É exatamente este gênio imprevisto que, com suas esculturas, representa o ponto mais alto dessa época e que fez escola, a partir das Minas Gerais, na Bahia e em alguns Estados do Nordeste.

Hoje, precisamente três séculos mais tarde, eis que surge das terras do Recôncavo Baiano um artista de valor chamado Mestre João Santeiro, que com riqueza de detalhes cria imagens religiosas que possuem movimento e, portanto, vida.

As preciosas esculturas desse artista santeiro nos propõem uma visão do mundo que remete àquela fase barroca, revelando numa sapiente modelação clássica o estilo e a "gratia artis" de um ourives do Renascimento.

Enquanto a graça de suas figuras exprime um equilíbrio estilístico, alcançado através de uma lenta e longa experiência ligada à arte do barro, a precisão anatômica dos personagens revela o perfeito refinamento dos trajes e dos véus esvoaçantes que parecem verdadeiros "biscuits".

Na obra "Nossa Senhora da Conceição", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, Mestre João Santeiro vê através da figura humana, sobretudo a criatura divina, de tal maneira que natureza e a humanidade se identificam numa visão sóbria, purificada, em que a matéria se torna instrumento de comunicação espiritual.



O artista



Mestre João Santeiro, pseudônimo artístico de João Santana Sobrinho, nasceu em Maragogipinho, ás margens do rio Jaguaribe, no Recôncavo Baiano, em 1967.

Descendente de gerações de ceramistas que transmitiram de pai para filho o secular ofício, cresceu em meio à olaria Santana, tendo desde cedo contato com a produção de peças decorativas e utilitárias, confeccionadas com argila.

Aos 20 anos iniciou-se no ofício de santeiro, desenvolvendo métodos próprios para o aperfeiçoamento da matéria-prima e aprimoramento da técnica de confecção de belíssimas imagens barrocas.

Ceramista inato, pintor e desenhista autodidata, ministrou aulas de cerâmica em Salvador e ainda hoje em sua cidade natal.

Sua primeira exposição foi na Feira dos Caxixis, em Nazaré das Farinhas, no interior da Bahia, seguindo-se mostras em diversas capitais brasileiras e em São Paulo no China Trade Center (2006) e no Espaço Cultural 5º Centenário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2007).



Possui obras em inúmeras coleções particulares no exterior, no Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp