Servindo-se de todas as sugestões de uma experiência concreta, imune a virtuosíssimos e complacências, Mário Gruber se qualificou desde sempre como um colorista de classe, mas que não deixa à exclusiva validade da cor a missão de traduzir uma emoção visual.Ao consagrado pintor interessa conduzir o meio interpretativo até a rendição plena, quase dramática. Nenhuma evocação é influenciada pelo cálculo, a alma é rica e vibrante. Não se explica de outra maneira a pureza sutilmente elegíaca de certas obras imersas numa extraordinária atmosfera, onde a figura está relevada no limite do grotesco, ou melhor, da caricatura humana. Assim, mesmo quando a entoação burlesca parece aflorar através da originalidade de uma linguagem ritual, em cuja definição a sátira cede o lugar a uma tocante e patética compreensão, o que mais importa em termos pictóricos é a decantação estilística do tema. A solidão do homem, os seus tormentos existenciais não são vistos como narrações amadurecidas no isolamento, mas inseridas em