A sensualidade de De Moraes revelada através do desenho e do cromatismo

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
02/05/2007 16:11

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De Moraes<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/de moraes.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Sermão no Monte<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/de moraes - sermao no monte.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Interessado nas pesquisas estéticas de nosso tempo, mas praticamente estranho aos programas e aos modismos mais ou menos correntes, De Moraes desenvolve e realiza um mundo poético próprio, livre e personalíssimo.

Esse artista se exprime mediante uma pintura "sonhada", quase impalpável e sempre envolvida de uma certa melancolia e sensualidade. Uma espécie de sensualidade mística da matéria pictórica, que ele elabora com vivacidade. Trata-se de uma sensualidade nativa, rica de fantasia e de imaginação que em certos aspectos lembra uma espiritualidade.

A sua característica principal é a de ser um colorista por definição. Densos e intricados, eficazes e curiosos, os desenhos e a pintura de De Moraes nos confirmam seu modo pessoal de conceber a figura humana e a paisagem que a cerca com fantasia, em antítese à dissolução das atuais "revolucionárias" artes figurativas.

Não é de excluir que o artista prefira superfícies esmaltadas e transparentes e uma harmonia espontânea entre linha e cor, entre desenho e claros-escuros. Seja com predomínio de valores cromáticos quantitativos, seja com o uso de uma só cor variada, uma infinita sucessão de gamas, da mais fria à mais quente, De Moraes compõe uma serrada massa de figuras imaginarias delineadas com um alongamento e uma força natural instintiva, com uma fantasia hoje pouco comum.

De Moraes acredita fortemente no que pinta. Suas figuras exuberantes e desproporcionais, as ambientações que cria, as fantásticas construções suspensas em espaços feitos de tensão e movimento, desejam essencialmente exprimir e transmitir o sentido humano e fraterno da imortalidade de valores espirituais que nada pode corromper e sufocar.

Não há duvida de que uma profunda religiosidade está na origem da inspiração de De Moraes, sentimento esse que predomina no seu trabalho e que é transmitido ao observador anônimo de seus quadros, como, por exemplo, na obra Sermão no Monte, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

Em realidade, no fundo de sua pintura, de tons densos, onde a luz exerce um papel de primeiro plano, além do aspecto estritamente técnico, encontra-se uma tensão dialética que constitui a razão de ser de sua arte, que enfrenta temas da história da humanidade na dimensão espiritual da religião.

O artista

De Moraes, pseudônimo artístico de Itamar de Moraes, nasceu em Campinas, em 1974. Formou-se pela Escola de Desenho e Pintura de Campinas, onde exerceu o cargo de professor por quase dez anos. Estudou ainda desenho mecânico na Escola Bento Quirino, artes gráficas na Escola de Desenho e Tecnologia e desenho artístico, desenho natural " modelo ao vivo, interpretação teórico-prática da escultura e objetos " e educação artística na UNICAMP. Montou em 1987 um ateliê-escola em Paulínia, cidade onde exerce as funções de professor de desenho e pintura no Projeto Noite Viva, da prefeitura local, e no Projeto Superação, para a Cetreim e para o Centro de Capacitação de Paulínia. Fundou ainda um ateliê-escola em Campinas.

Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando entre elas: Centro de Convivência Cultural, Bragança Paulista, SP (1979); Salão de Araras, SP (1984); Salão Nobre de Paulínia, SP (1992 e 1993); "Nós e os Grandes Mestres", Câmara Municipal e Escola Porfírio da Paz, Paulínia; e Largo do Café, Campinas, SP (1994); Galeria Escudeiro e Moura (1994 e 1996); XIX Mostra Coletiva Tao Sigulda (1995); Câmara Municipal de Paulínia (1997); Mapa Cultural Paulista; Galeria Renoir, Fortaleza, CE; e Clube dos Ingleses e Moínho São Antônio (1998); Mostra Itinerante, Taranto, Spoleto, Roma e Castello Ligure, Itália; Teatro Municipal, Cabo Frio, RJ; e Encontro das Artes e Museu de Itatiba (1999); "Arte Rivoluzionária", São Paulo; e Galeria Giuliano Ottaviani, Roma, Itália (2000); Expo Padova e Museu Nazionale di Villa d"Este", Itália (2001); Castelo Savelli, Palombara Sabina, Palazzo Barberini, Roma, 4ª Bienal de Roma (2002); Expo Hob Art Center Norte (2001, 2002 e 2003); Universidade São Francisco, Bragança Paulista, SP (2002); Museu Solar do Barão, Jundiaí, SP (2002 e 2003); "Mulheres", Salão Incor, São Paulo; 1ª Rassegna Internazionale D"Arte Contemporânea, Castelo Piccolomini, Itália; 4ª Bienal de Florença; "Arte Estate Spinoso", Potenza, Itália; Lions Club Paulínia e 13° ENEP (2003); "Arte Oltre Frontiera", Cisterna di Latina; e 5ª Bienal de Roma (2004).

Por sua participação nas Bienais de Roma e na Bienal de Florença, recebeu o 1° Prêmio na categoria Moderno Figurativo e a Medalha "Lorenzo Il Magnífico", respectivamente, além de "Grande Medalha de Ouro" no Castelo Piccolomini, Medalha de Ouro Prêmio Primavera, Roma, e 1° Prêmio em Palombara Sabina.

Possui obras em inúmeras coleções particulares no Brasil e no exterior, bem como no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp