A CPI da Guerra Fiscal reuniu-se nesta quarta-feira, 19/12, no auditório Teotônio Vilela, para ouvir esclarecimentos do diretor financeiro da empresa Kopenhagen, Fernando Vichi, sobre notícias veiculadas que apontam proposta do governo mineiro em reduzir 80% da taxa de ICMS, para instalação da indústria na cidade de Extrema (MG) e não mais em Itapetininga (SP), conforme negociado anteriormente.Para investigar mais um caso de perda de empreendimento no Estado de São Paulo, a CPI convidou o presidente da Kopenhagen, Celso Ricardo de Moraes, que, por motivos pessoais, não pôde comparecer e enviou o diretor financeiro da empresa para representá-lo. Fernando Vichi iniciou explicando que, após pesquisas da empresa, foi descoberto que a área de Itapetininga, comprada pela Kopenhagen para a instalação da indústria, não é propícia para a instalação pretendida. Entretanto, ela pretende manter a compra do terreno e utilizá-lo para outros empreendimentos. Isso, conforme os membros da comissão, gerou um desconforto na população local, que aguardava a disponibilidade de cerca de 600 vagas de emprego.O diretor financeiro da empresa explicou que recebeu apoio do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) na procura de área específica para a construção da indústria e escolheu Extrema devido à preparação que a cidade tem para receber novos empreendimentos alimentícios, além da redução de 20% no custo da obra, comparado ao orçamento realizado em São Paulo. Ele citou, como exemplo disso, tarifas de água e luz mais baratas e, como fator decisivo, piso salarial mais barato.Questionado pelo autor do requerimento, Edson Giriboni (PV), sobre informações de que a empresa receberia incentivo fiscal para instalar a indústria em Minas, Vichi respondeu que há um incentivo que o governo mineiro propõe a todas as indústrias, que é a opção de financiar a taxa de ICMS ou receber o perdão de até 75% de ICMS devido, desde que a empresa renuncie ao crédito do imposto. O diretor disse que a empresa ainda está estudando se aceita o incentivo.O deputado Antonio Mentor (PT) salientou que a perda de mais um empreendimento no Estado é humilhante. "Há inconveniência política em São Paulo", desabafou. Vítor Sapienza (PPS) acredita que falta grupo de fomento para apoiar novos empreendedores, como faz o Indi em Minas Gerais. Segundo ele, este assunto já foi comentado, porém nada foi feito.O presidente da CPI, Roberto Morais (PPS), registrou que o empresariado precisa ter mais apoio. Ele salientou também que um dos motivos da comissão é comprovar que houve incentivo neste caso, lembrando que Extrema é uma das cidades mais citadas nas perdas de empreendimentos paulistas.Como resultado da reunião, os membros decidiram fazer audiência com o prefeito de Itapetininga, Roberto Ramalho Tavares, para saber como foram as negociações e com o presidente da Kopenhagen, Celso Ricardo de Moraes. Participaram do debate o relator Jorge Caruso (PMDB), Roberto Engler (PSDB), Milton Leite (DEM), Antonio Mentor (PT) e Jonas Donizette (PSB). O presidente da Câmara Municipal de Itapetininga, Geraldo Macedo, e o secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Rui Carlos Martins, também estiveram presentes na reunião.