Faleceu na noite desta terça-feira, 23/9, a ex-ministra da Educação Esther de Figueiredo Ferraz. O corpo foi velado no Hall Monumental da Assembléia Legislativa e foi sepultado no cemitério do Araçá. Primeira mulher a ocupar o cargo de ministra no Brasil, durante o governo do general João Baptista Figueiredo, a advogada Esther de Figueiredo Ferraz foi pioneira em exercer muitos cargos importantes: primeira mulher a ocupar uma cadeira na Ordem dos Advogados do Brasil, primeira mulher a lecionar na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, primeira mulher a ser reitora de universidade, quando esteve à frente da Universidade Mackenzie, e segunda mulher a ocupar o cargo de secretária da Educação do governo de São Paulo. Durante sua gestão como ministra da Educação, entre 1979 e 1985, Esther aprovou uma das leis mais importantes para a educação até hoje: a Emenda Calmon, que determinava percentuais mínimos de gastos da União, dos estados e dos municípios em educação. Ela promoveu ainda uma reforma universitária que aperfeiçoou os planos de carreira para professores e defendeu a criação das escolas técnicas federais. Esther Figueiredo Ferraz era bacharel em direito pela USP e licenciada em filosofia pela Faculdade de Filosofia de São Bento, na Bélgica. Também era professora secundária de Português, Francês, Latim e Matemática, tendo lecionado em diversas escolas. Foi autora de vários livros, entre eles Prostituição e Criminalidade Feminina e Mulheres Freqüentemente. Era irmã de Manoel Figueiredo Ferraz, que foi deputado estadual, vereador e presidente da Câmara Municipal de São Paulo, além de conselheiro e presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. Ocupou ainda, interinamente, a prefeitura paulistana. Nascida em São Paulo, em 6/2/1915, Maria Esther de Figueiredo Ferraz morreu aos 93 anos, no Hospital do Coração, em decorrência de acidente vascular cerebral.