O meio expressivo da arte figurativa, particularmente quando se trata de temas paisagísticos, não perdeu a sua validade. Esta constatação vem espontânea frente às obras de Dante Caregaro que, paisagista nato, possui a capacidade de saber colher a nota cromática que prevalece na visão que retrata, transferindo-a com luminosidade na suas telas. A paz e a serenidade das paisagens brasileiras sempre o atraíram. O artista sabe amarrar os diversos planos numa suave gama de cores, criando concepções e visões originais e realizando um justo equilíbrio entre um passado acadêmico e as modernas tendências.A luz que emana de seus quadros surge da própria maneira de contemplação da paisagem para a qual a originalidade, em vez de ser exclusivamente formal, é mais de substância poética e se entrelaça com o calmo sentido da natureza. Os cenários que o sensibilizam lhe consentem a utilização de excelentes meios plásticos e resultam em fina policromia.Como conseqüência natural, a incisiva linguagem artística levou esse pintor a se dedicar ao desenho, base importante de sua obra. Forma e cor se completam num mosaico rico de sugestões onde a construção é solidamente estruturada por pinceladas robustas.A obra "Paisagem de Ouro preto", doada ao acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, elaborada numa linguagem até certo ponto simples, consegue dar aquela espessura pictórica necessária a toda obra de arte.O ArtistaDante Caregaro, pseudônimo artístico de Dante Giovanni Caregaro, nasceu em Torino, Itália, em 1937, e mudou-se para Borgo San Marco, Itália, em 1945. Desde a mais tenra idade desenhava diariamente tudo o que via, de modo especial plantas, folhas, flores, animais e paisagens. Logo após a II Guerra Mundial, transferiu-se com a família para o Brasil, passando a residir em São Paulo. De 1956 a 1958, freqüentou a Faculdade de Belas Artes, com bolsa de estudos por ter sido qualificado em 3º lugar. Ingressou na carreira publicitária como desenhista e diretor de arte (1985). Paralelamente e durante 35 anos dedicou-se à pintura. Durante os anos de 1999 e 2000 foi professor de pintura a óleo no Esporte Clube Banespa em São Paulo. Em 2001, mudou-se para Porto Seguro, BA, onde abriu um ateliê-escola e uma galeria de arte, retornando a São Paulo em 2005. Participou de exposições individuais e coletivas com destaque no Salão Paulista de Belas Artes (1957); 1º Salão Nacional de Artes Plásticas, em Santa Cruz do Rio Pardo (1958); 1º Salão Nacional de Artes Visuais Cristo Redentor, Rio de Janeiro (1984); Galeria Dr. Arte, São José do Rio Preto (1996); "Brasil", meus índios meus barcos", Espaço Cultural Arraial d"Ajuda Eco Resort, Porto Seguro, Bahia; 2º Salão e Fórum de Inovação Tecnológica " Brasiltec, SP (2003).Possui obras em coleções particulares no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Itália e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.