Por iniciativa do deputado Cido Sério (PT), a Assembléia Legislativa realizou nesta terça-feira, 25/9, ato solene para marcar a passagem do Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência. Instituída oficialmente pela Lei 11.133/2005, a data é celebrada nacionalmente no dia 21 de setembro. O evento contou ainda com a participação de Jô Nunes, ex-presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, da cidade de São Paulo, e da para-atleta Gilmara Sol, da natação. Foram homenageados também ativistas e representantes de entidades que atuam em favor dos direitos dos portadores de deficiência."O que constrói condições adequadas e políticas públicas é a nossa disposição de lutar", afirmou Cido Sério, no início da cerimônia. Marli dos Santos, do Conselho de Pessoas Portadoras de Deficiência de São Paulo, concordou com Sério e lembrou que, apesar das conquistas já obtidas, a data deve ser não motivo de comemoração, mas mais um dia de luta. "E, em São Paulo, o interior tem sido um exemplo. Lá nossas reivindicações têm sido ouvidas, não ficamos falando sozinhos", afirmou.A questão da inserção dos portadores de deficiência no mercado de trabalho foi abordada por Arlene Montanarini, da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf), e por Flávio Henrique, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade). Arlene deu como exemplo o setor bancário, que "contrata portadores de deficiência, mas não os inclui. Eles não encontram condições de interagir com a equipe", afirmou. Ela defendeu ainda a política de cotas: "Se ela não existir, nunca vai haver conscientização".Flávio Henrique apontou o círculo vicioso em que empresas alegam não poder contratar portadores de deficiência porque estes não possuem qualificação; os portadores, por sua vez, não encontram oportunidade para qualificar-se profissionalmente, enfrentando dificuldades que vão desde a falta de acessibilidade nas escolas até a ausência de condições adequadas de transporte público. "Queremos inclusão, e não assistencialismo", afirmou. "Por isso não basta haver legislação, precisamos nos organizar, nos mobilizar e pressionar para que a lei seja cumprida."