Poucas viaturas

Maria Lima Matos, delegada aposentada e presidente da ONG Cidadania e Segurança para Todos, voltou a criticar a política de Segurança Pública vigente no Estado, cujo responsável é o secretário Saulo de Castro Abreu Filho. "A política de Segurança é inadequada, inaceitável e violenta. São Paulo é líder mundial em mortes violentas" afirmou. A ex-delegada disse que o governador Alckmin e o secretário não colocam viaturas policiais na rua. Ela disse que foram entregues à polícia 266 veículos, no Vale do Anhangabaú, e concluiu que esse número é insuficiente para os 11 milhões de habitantes da Capital.

Despejo em massa

Edson Araújo, do Movimento de Moradia, denunciou o despejo de mais de 600 famílias que residem em áreas de mananciais. Segundo Araújo, "os mais humildes são despejados e os mais poderosos continuam a morar nesses locais sem sofrerem qualquer ameaça por parte do Poder Público". Ele parabenizou o presidente Luís Inácio Lula da Silva pelo balanço de 30 meses de seu governo. Para ele, Lula é o melhor presidente que o país teve desde Juscelino Kubitschek". Araújo afirmou inda que os tucanos e os pefelistas sempre foram governos da elite.

Hotel 5 estrelas para internos da Febem

Vanderlei José Narciso, vereador, presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga, veio à Assembléia Popular demonstrar sua indignação com a atitude do governo estadual com relação ao município de Taquaritinga. O vereador disse que a população de sua cidade foi surpreendida com a instalação de uma unidade da Febem. Segundo ele, a população de Taquaritinga está rejeitando o projeto. Narciso considera "um absurdo a construção de uma unidade da Febem para 40 internos ao custo de R$ 500 mil. Seria melhor, então, instalá-los num hotel 5 estrelas". Ele explicou que o local vai ocupar 4 mil metros quadrados, mas que o governo se apropriou de uma área de 30 mil metros quadrados.

Direitos trabalhistas

José Ferreira Irmão, da ONG Plena Cidadania, de Francisco Morato, acusou a Justiça do Trabalho de negligente com relação aos direitos dos trabalhadores. Segundo ele, os juízes favorecem os empresários, que "oferecem miséria em troca de acordo". Disse que os trabalhadores que necessitam da Justiça do Trabalho estão desorientados e não sabem mais onde buscar seus direitos. "Isso tem causado desgraças na vida dos trabalhadores", afirmou. Disse ainda que os empresários fraudam a execução das ações com a ajuda dos juízes e que os trabalhadores não recebem os seus direitos.

Violência contra alunos

Cremilda Estela Teixeira, do Núcleo de Apoio a Pais e Alunos, disse que na primeira vez que esteve na Assembléia Popular denunciou violência contra aluno praticada por um professor de escola pública e que somente um ano e meio depois, 604 dias, o secretário Gabriel Chalita tomou uma atitude, ou seja, suspendeu o professor. Pena muito leve, segundo ela. Agora, o mesmo professor voltou a praticar violência contra outro aluno e não aconteceu nada com ele. Cremilda disse que, se Alckmin for eleito para a presidência da República, será considerado o presidente inimigo da educação. Cremilda aproveitou para elogiar o "espaço democrático que é a Assembléia Popular".

Mobilizar a juventude

Anderson Cruz, do Núcleo Instituto Pau-Brasil, se disse indignado porque "o ano passa e as reivindicações continuam as mesmas e a Ouvidoria não ouve". Cruz disse que o Conselho da Escola Estadual Vargem Grande II, da Zona Sul de São Paulo, se reuniu e expulsou um aluno do primeiro ano do ensino médio que se rebelou contra a violência praticada pelos professores da escola. Ele discorda da Apeoesp, que alega que as denúncias contra os professores são vazias, e disse que não suporta mais o atual estado de massacre por que passa a juventude. "Temos de mobilizar a juventude acima de tudo", disse.

Propaganda prejudicial

Geraldo Francisco dos Santos, cidadão de Grajaú, criticou a situação do transporte coletivo em São Paulo. Segundo ele, os outdoors colados nos vidros traseiros dos ônibus atrapalham os passageiros dentro do veículo e impedem a visão dos motoristas que vêm atrás, podendo causar graves acidentes de trânsito.

Governo inoperante

"Vivemos 36 meses de inoperância do estado brasileiro. Vemos a volta da tuberculose. Nosso programa de prevenção à Aids já não é o melhor do mundo", refletiu Rodolpho Barbosa, do Rotaract Clube da Vila Formosa.

Segundo ele, precisamos aprovar, urgentemente, o Plano Nacional da Juventudade, parado no Congresso Nacional, antes que "o governo Lula rasgue todas as bandeiras do PT".

Ubatuba urgente

O presidente da Câmara Municipal de Ubatuba, vereador Jairo Felipe Santos, chamou a atenção para a falta de saneamento básico na região e solicitou aos deputados a inclusão de emendas no Orçamento 2006 para beneficiar Ubatuba com obras de saneamento básico. Fazendo coro com o presidente, a vereadora Luciana Machado falou da reunião ocorrida em São Sebastião, congregando os prefeitos de Ubatuba, Ilhabela, Caraguatatuba e São Sebastião, na qual foram feitas "críticas duras ao Governo do Estado pela falta de investimentos em infra-estrutura na região". Também Fernando Esteves Pedreira Júnior, da Associação da Região Sul de Ubatuba, reclamou da falta de investimentos do governo frente ao impacto ambiental que a região vai sofrer com a efetivação do corredor de exportação, que fará ligação ao porto de São Sebastião. "Não contamos com serviços essenciais como água tratada e saneamento básico", salientou.

Polícia ineficiente

O representante da População em Situação de Rua, Tcharles Santos Silva Ferreira, falou da ineficiência das Polícias Militares de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que "matam mais que a polícia dos Estados Unidos". Para ele, não adianta investir na segurança, sem a devida capacitação dos policiais, que estão matando jovens entre 15 e 29 anos, a maioria negros, com tiros nas costas e na cabeça.

Pena extinta

O jovem Aldo Bispo dos Santos veio apelar ao desembargador de Justiça do Estado de São Paulo para que retire o seu nome do site público que divulga o nome dos apenados do Estado. "Fui viciado em craque, cumpri minha pena e hoje estou reabilitado, mas meu nome continua incluso no site público, dificultando meu retorno ao mercado de trabalho. Rogo ao desembargador a exclusão do meu nome desse site", pediu.

Dissídio dos radialistas

O pagamento do dissídio coletivo de trabalho referente a 2003 e 2004 aos radialistas da Rádio e TV Cultura foi a reivindicação de Sérgio Guimarães, do Sindicato dos Radialistas do Estado de São Paulo. Segundo ele, o dissídio foi pago aos trabalhadores de Brasília, mas não aos de São Paulo. "Uma decisão de 1ª Instância deu ganho de causa aos trabalhadores, mas não foi cumprida. Que Justiça é essa que favorece a alguns e prejudica outros?", perguntou.

Corrupção e impunidade

"Se o governo fecha escolas vai ter que abrir mais unidades da Febem", ponderou Alberto Sabá, refletindo que "se o dinheiro da corrupção fosse usado para ativar o comércio e a indústria o país estaria bem melhor". Por fim, ele reclamou da impunidade e morosidade da Justiça, "que favorece os corruptos".

Diploma confiscado

Depois de citar os ensinamentos do governador Franco Montoro sobre Direitos Humanos, Evani Almeida Pereira, do Projeto Malaguenha, reclamou da direção da PUC/SP, que não cumpre ordem judicial e impede seu filho de conseguir o certificado de conclusão do curso de Direito, encerrado em 2003. "Segundo ela, despacho do juiz Adriano Marcos Laroca preconiza que a inadimplência não pode ser causa da retenção de documentos".

Enchentes

O representante da Comissão de Moradores do Pirajussara, Everaldo Neves, pediu soluções definitivas do governo para a eliminação das enchentes do Pirajussara. "Nossa região ficou esquecida pelos planos de urbanização, que não garantem recursos para a canalização do córrego. Não há limpeza, fazendo com que os moradores vivam perto de um esgoto a céu aberto. Queremos solução para isso", advertiu.

"Situação insuportável"

As enchentes do córrego Pirajuçara deixam a região de Campo Limpo em "situação insuportável" para se viver, afirmou Maria das Graças de Oliveira. Moradora há 29 anos naquela região, ela afirmou que luta há vinte anos por obras naquele córrego. Maria disse que uma nuvem mais escura deixa os moradores com "nervos à flor da pele", sendo que, em razão disso, muitos não conseguem nem dormir á noite.

Crianças separadas da mãe

Mãe de 5 crianças, Simirami Silva Almeida protestou contra as decisões judiciais que lhe tiraram a guarda das mesmas. Criticou também a entidade Tenda de Cristo, pois, segundo ela, esta organização gerencia os processos de adoção das crianças.

Transtornos

Tesoureira da ONG Embu Guaçu em Ação, Ianete dos Santos protestou pelo fato de escolas daquele município terem remanejado crianças para outras escolas. Ela afirma que sua filha, que estudou sempre na mesma escola, terá que cursar o último ano do ensino médio em outra, pois a sua escola não terá mais o ensino médio. Para Ianete, esse remanejamento vai trazer transtornos com transporte, horário e adaptação.

Crítica à Educação

Robson César Correa protestou contra a Educação de modo geral. Ele afirmou que pessoas "semi-analfabetas saem da escola com diplomas, mas são incapazes de redigir uma carta". Robson criticou, também, o governador Alckmin, afirmando que ele é candidato à Presidência da República, "mas não tem competência para governar o Estado de São Paulo".

Falta de esperança

"Corrupção, fraudes, desvios de verba" são alguns dos problemas detectados por Sílvio Luiz del Giudice, representante dos Construtores Civis, para justificar a falta de esperança estampada nos rostos das pessoas. Para ele, também é necessário difundir que empresas como Telefonica, Bradesco e filiais da Rede Globo são patrocinadoras de meios de comunicação, o que faz com que estes fiquem comprometidos com a política neoliberal implantada no país.

"Embu Guaçu está esquecida"

"São Paulo bebe água de Embu Guaçu, mas lá não tem saneamento básico", afirma Merice Andrade Quadros. Segundo ela, naquela cidade falta infra-estrutura, pois os hospitais estão em situação precária, os meios de transportes são ruins, não há delegacias especializadas para mulheres e idosos. Merice afirma que seu filho, após sofrer uma queda, foi levado a um PS da região, sendo que só tiraram radiografia de um braço, mas ele ficou sabendo, uma semana depois, que havia quebrado os dois. Para ela, "Embu Guaçu está esquecida".