Um encontro ocorrido na noite do dia 6/12 entre profissionais do magistério das redes estadual e municipal, pais de alunos, comunidades escolares e deputados selou o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública, que ocorreu no auditório D. Pedro I. A iniciativa é do deputado Carlos Giannazi (PSOL). Abertos os trabalhos por Giannazi, para quem "a frente deve pressionar os poderes executivos do Estado e dos municípios, bem como o Ministério Público, a favor de mais verbas para a educação pública, laica e gratuita e cobrar ações concretas na busca por resultados", representantes sindicais posicionaram-se sobre a oportunidade da discussão, já que, no momento, o Estado discute o Plano Estadual de Educação. Além disso, diversas avaliações divulgadas recentemente avaliaram os estudantes paulistas, comparando-os com seus colegas de outros Estados.A professora Cecíla Sarno, do Sindicato de Supervisores do Magistério no Estado de São Paulo (Apase), levantou a questão da falta de interlocução com o governo e conclamou todos os deputados estaduais a entrarem na causa da escola pública. Nessa linha, também se manifestou o deputado Cido Sério (PT), chamando seus pares para a causa e à atenção em relação ao seu projeto de lei que obriga aos gestores do Estado a matricularem seus filhos em escolas públicas. "O Brasil é exceção; os gestores não usam os serviços de Educação e Saúde, por exemplo, do Estado", afirmou. Indistintamente de ser a escola pública paulista mantida pelo Estado ou pelo município, a idéia da frente parlamentar é também abrir espaço ao diálogo entre essas esferas de poder. Assim, coube ao representante do Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofen), José Ghiotto, trazer ao debate sua experiência com o que ele alerta como "sucateamento do departamento de merenda escolar" na capital. Como presidente do Conselho da Alimentação Escolar, ele advertiu, em seu pronunciamento, que é necessário acompanhar atentamente a política de serviços de merenda na rede que, de acordo com sua averiguação, requer atenção contra a precarização desse setor.O Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal em São Paulo (Sinpeem), na voz do educador João Kleber Santana, apelou à frente para que se enfatizem as questões quanto ao plano de carreira, de metas e as avaliações de desempenho. Ele disse que não dá para discutir a avaliação sem atrelar ao debate das condições de trabalho do professor. "Isso não resolve o problema. 60% das licenças médicas desses servidores estão ligadas a problemas com a voz e questões emocionais", revelou Santana. Ampliando a discussão, Sergio Antiqueira, do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), argumentou com os presentes sobre a necessidade de se concretizar "de fato" a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) no município de São Paulo. O sindicalista disse que o governo tem que parar de culpar os profissionais e começar a agir. Nisso inclui-se, segundo ele, o reconhecimento, em nível nacional, dos profissionais educadores de creche.A palavra também foi dada aos bibliotecários presentes ao ato, que discutiram sobre suas necessidades profissionais perante as redes públicas. Representantes da carreira de professores de Psicologia posicionaram-se no encontro, abordando sua participação nas grades curriculares.Giannazi (centro) frisou o estado de degradação das esscolas estaduais em que realizou diligências