Ieda Helal usa a "memória no presente" para reinventar a realidade através da aquarela

Emanuel von Lauenstein Massarani
05/08/2003 14:37

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Obra Acqua brutos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/aquabrutus050803.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ieda Helal<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/ieda050803.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Como todo autêntico artista contemporâneo Ieda Helal também teve que prestar contas com a grande lição do impressionismo. Em tal sentido as razões profundas, as motivações mais precisas do seu figurativismo se verificam na relutância e no superar os confrontos, tanto de uma posição abstrata ou informal quanto daquela de um realismo de aceitação.

Procedendo ao longo dessa linha estética, a artista alcançou um aprimoramento das próprias qualidades pictóricas através da difícil técnica da aquarela sobre tela e sobre papel. A matéria cromática, mesmo tratada com largas transparências, o corte da composição, as estruturas da visão se tornaram sutis sob o impulso de um estro singular, às vezes até mesmo desconcertante. Assim, pouco a pouco, a artista conseguiu reinventar a própria realidade por uma mágica operação baseada sobre a "memória no presente".

Mesmo pintando temas inspirados no nosso folclore ou em religiões afro-brasileiras, Ieda Helal parece filtrar as imagens através da lembrança, através das tramas secretas da saudade, ou de uma melancolia serena entremeada de esperança, mas numa dimensão de profundo lirismo.

A aparente fragilidade de certas aquarelas, de feitura bem aguada, mas de cores envolventes e significativas, reúnem em si mesmas o vigor de um excelente nível técnico. A visão de espaço, antes de tudo, a surpreendente segurança da pincelada, a limpidez transparência da cor, alcançam o objetivo de aliviar a matéria de quanto eventualmente reúne de mais forte.

Concebida em aquarela sobre tela, a obra "Acqua brutos",doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, põe em relevo valores interiores de pureza da observação, fixando-os numa transcrição de inegável poesia.

A Artista

Ieda Helal nasceu em São Paulo, no ano de 1944. Cursou o Instituto de Arte e Decoração (IADE), São Paulo (1965 à 1967) e no Liceu de Artes e Ofício de São Paulo, o curso de História da Arte, ministrado pela professora Berenice R. Florsheim (1985); Desenho, usando a técnica de exploração do lado direito do cérebro, ministrado pela prof. Iraci Saviani, SP; Técnicas de pintura em cerâmica no Atelier de Sueli Gracie, SP (1992 à 1995); "Técnica e Manuseio de Materiais Artísticos", com a profª. Ana Maria Perruccio, SP (1993); Aquarela Contemporânea, com o prof. Setsuko Katayama; Workshop, com Dudi Maia no MUBE e Têmpera com Ubirajara Ribeiro (1995); Viagens de estudos na Malásia e em Cingapura, onde freqüentou ateliers de artistas locais; Integrou o grupo de artistas do Departamento. de Filatelia da Agência dos Correios do Brasil (2001).

Participou de exposições coletivas e individuais destacando-se entre elas: Grupo "Encontrarte"; Clube Alto de Pinheiros, SP (1992); Arte Contemporânea no Teatro Municipal de Barueri (1994); Fran's Café; Art Case Galery, Kuala Lumpur, Malásia (1995); Núcleo de Aquarelistas Santa Marcelina e Arte Mulher, Espaço Cultural Leonardo da Vinci, SP (2000); "Mulheres em Sol Maior", Espaço Cultural Leonardo da Vinci, SP; Casa da Fazenda do Morumbi. SP; Casa do Intercâmbio Cultural "Marcos Marin" SP e Aquarelistas em Alphaville SP (2001); Centro Cultural Brasil-Estados Unidos e Fundação Cultural de Sorocaba (2002); Casa da Fazenda do Morumbi; Galeria Judith Daprá SP e 3º Salão de Pintura Figurativa Bunkyo, SP (2003).

Esteve presente ainda nas seguintes exposições internacionais: Palais de Glace, Buenos Aires, Argentina (2001); Arte e Cultura em Alto Mar, entre Brasil e Argentina, sob curadoria de Fábio Porchat (2002).

Possui obras nos Acervos da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Galeria Documenta, Casa da Fazenda do Morumbi, Galeria Bric a Brac e Editora Totalidade. Recebeu os seguintes prêmios e medalhas: Medalha de bronze no I Salão Comemorativo de Artes Plásticas, "São Paulo, 447 anos". Galeria de Arte Bric a Brac, Medalha de Ouro no XXIV Salão de Artes Plásticas "Waldemar Belisário", de Ilha Bela e I Prêmio Maimeri Latino Americano, Memorial da América Latina, SP (2001).

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