A Assembléia Legislativa, em conjunto com a secretaria de Estado da Cultura e o Instituto Ecofuturo, realizou, nesta sexta-feira, 14/9, o simpósio "Ave Palavra! Políticas Públicas de Incentivo à Cultura". De iniciativa do deputado José Augusto (PSDB), autor do projeto de lei que institui o Dia da Leitura, o evento teve como objetivo debater a importância do hábito da leitura na formação da cidadania e mobilizar o Parlamento paulista para a votação do projeto.O bibliófilo paulista, membro da Academia Brasileira de Letras e ex-secretário de Estado da Cultura, José Mindlin, comentou, na mesa de abertura, que o Dia da Leitura é um projeto que marca uma nova ênfase na leitura como instrumento da educação no Brasil. "Durante toda minha vida, procurei inocular o vírus do amor ao livro em crianças, adolescente e adultos. Quem é inoculado por ele, nunca mais fica curado", brincou.O deputado José Augusto criticou o movimento Voto Consciente, que considerou o projeto irrelevante. Segundo o deputado, a data, escolhida para coincidir com o Dia da Criança, tem a finalidade de discutir políticas públicas de estímulo à leitura, divulgar experiências e reunir ações governamentais, da sociedade civil e do terceiro setor que atuem com programas de estímulo à leitura. "Num país em que o ensino público foi reprovado, isso me parece absolutamente relevante", enfatizou.O secretário adjunto da Cultura, Ronaldo Bianchi, citou programas da secretaria que têm levado livros e computadores para todas as bibliotecas do Estado e o presidente do Instituto Ecofuturo, Daniel Feffer enfatizou a necessidade de que a sociedade civil tome iniciativas de estímulo à leitura que "ajuda o homem a pensar".A pesquisadora Lucila Maria Pastorello destacou a importância de que a leitura seja introduzida na vida da criança desde muito cedo. Essa prática, segundo ela, é um gesto de educação, de generosidade, de afeto e de cidadania. Lucila apresentou estatísticas que mostram que no Brasil há 7% de analfabetos, 30% de alfabetizados rudimentares, 38% de alfabetizados de nível básico e apenas 26% de alfabetizados plenos. O investimento, enfatizou a pesquisadora, não deve estar apenas no material físico, mas no material humano. "A figura do professor alfabetizador deve ser valorizada", concluiu.Christine Castilho Fontelles, diretora de Educação e Cultura do Instituto Ecofuturo, apresentou os projetos de incentivo à leitura que o instituto desenvolve, entre eles os que acontecem nos presídios. O ex-presidiário Luis Alberto Mendes Junior, que participa desses projetos, realizando oficinas de leitura e redação nos presídios, contou sua história de redenção pelos livros. Gláucia Maria Mollo Pécora apresentou o Projeto Leitura em Movimento de iniciativa da prefeitura de Campinas e Jorge Vasconcellos, criador do programa Certas Palavras, falou sobre leitura e cultura cívica.