Sabrina Coelho desenvolve sua trajetória entre fragmentos do real e entrelaçamentos simbólicos

Emanuel von Lauenstein Massarani
16/09/2004 14:00

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Obra Vaso com flores<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Sabrina Coelho vaso com flores.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Sabrina Coelho<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Sabrina Coelho.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O adjetivo "diletante" assume, em nossos dias, um significado equívoco e desqualificante. Entretanto, durante o Renascimento possuía bem outro valor e assinalava dons de alta sensibilidade, para o cultor e criador do belo. Exatamente nesse sentido podemos atribuí-lo a Sabrina, jovem e promissora pintora que redescobriu e nos oferece infinitas possibilidades cromáticas das flores.

Compostos numa estrutura centralizada, seus quadros enfocam uma explosão pirotécnica de flores, folhas, pétalas e nos transmitem a impressão de algo extremamente mágico, fantasioso e variado. São uma alegria para os olhos, mas o simples prazer é imediatamente superado pela constatação de um saber pictórico, de um contínuo inventar. Essas flores não nascem somente na terra ou em algum vaso, saem da mente, aliás, da memória da artista e crescem e se transformam em cor, alimentadas por um pincel ágil, sobre um invisível mas firme desenho.

O percurso de Sabrina se desenvolve numa meditada trajetória entre fragmentos do real e entrelaçamentos simbólicos: sua pintura possui o peso específico de uma aderência espasmódica às imagens da própria infância, uma janela aberta sobre seu jardim, jatos de verde, breves esquemas onde a natureza assume cores diversificadas.

No espaço de seus quadros, a artista parece transmitir, com atenta imaginação, não somente alguns elementos de sua composição pictórica, mas uma seqüência de entrelaçados narrativos que se movem tanto da memória como de uma sensação imediata e se apóiam e depositam suas impressões nas espessuras de uma pintura que deseja conservar toda a qualidade das cores de um jardim ou de um campo.

Certos impulsos se agitam e refletem complexos momentos visuais que fazem ressoar de outras notas, de outros ecos, o lúcido cromatismo impregnado na obra Vaso com flores, doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho. Nessa obra, Sabrina Coelho consegue insinuar uma impressão de sonho, de episódios acontecidos, dos quais se recordam tão-somente alguns elementos casuais que se mesclam e se fundem na memória. Sua pintura revela certas possibilidades de conquista que atingem os ângulos da psique e do desenrolar existencial.

A Artista

Sabrina Coelho, pseudônimo artístico de Sabrina Laurindo Rodrigues Coelho, nasceu em São Paulo, no ano de 1979. Formou-se na Faculdade de Belas-Artes e complementou seus estudos de artes na Faculdade Gama Filho, em Fortaleza, onde defendeu tese no seminário sobre Kirchener. Atualmente, leciona na Escola Domus Sapientiae, na cadeira de artes.

Realizou sua primeira exposição no Espaço Cultural Allure em 1995 e participou das seguintes mostras: Espaço Cultural Club Homs, SP; Espaço Cultural do Jockey Club, SP; Espaço Cultural Mokiti Okada, SP; Espaço Cultural Tabacow, SP; Espaço Cultural do Esporte Clube Pinheiros, SP; Espaço Cultural da Secretaria Municipal da Cultura, SP; Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, SP; Espaço Cultural Casa de Armas Regina, Veneza, Itália.

Recebeu os Prêmios Citroën, SP, em três participações anuais, o Prêmio BMW, SP e o Prêmio sobre Aeromodelismo, Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, SP.

Suas obras encontram-se em coleções particulares no Brasil e no exterior e no Acervo Artístico da Federação de Futebol de Rezende, RJ, e no Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, SP.

alesp