Em audiência pública sobre integração da sociedade civil à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, realizada nesta terça-feira, 9/5, no Auditório Franco Montoro da Assembléia Legislativa, representantes de variados segmentos da sociedade civil destacaram que a criação da nova delegacia, ocorrida no último dia 23/3, foi "a grande conquista de todos que trabalham em defesa dos direitos humanos e do respeito às diferenças".A deputada Rosmary Corrêa (PSDB), membro da Comissão de Segurança Pública, propôs a realização da audiência pública como forma de o Parlamento paulista sediar a proposta de integração da sociedade com a recém-criada delegacia. Na audiência, foram discutidos temas como a intolerância em brigas de torcidas organizadas, conflitos raciais e étnicos, perseguições ou ataques a homossexuais e prostitutas.A delegada-titular da nova delegacia, Margarette Barreto, foi homenageada por sua luta na defesa dos direitos humanos. O deputado Renato Simões (PT) declarou que "todos temos muito o que comemorar com a instalação da delegacia", ao parabenizar os responsáveis pela iniciativa.Já o delegado-geral de Polícia, Marco Antonio Desgualdo, prometeu combater a intolerância ao declarar que é importante investir no trabalho da delegacia, contando com a participação da sociedade civil e da polícia, reforçado por um "cinturão de inteligência" no uso de recursos como a informática.José Roberto Bellintani, do Instituto São Paulo Contra a Violência, também participou da mesa de trabalhos como representante da sociedade civil. Ele ressaltou a importância do trabalho pelo respeito à vida com a integração entre sociedade civil e governo.Além de reafirmar a necessidade da criação da nova delegacia para combater a violência contra as pessoas, os participantes da audiência reivindicaram a apuração rigorosa de infrações, com o trabalho efetivo em todas as delegacias e o desenvolvimento de políticas públicas de combate à violência.O tema "Racismo no Esporte" foi apresentado por Roberto Cicivizzo, da Federação Paulista de Futebol. Ele afirmou que o trabalho da nova delegacia, somado ao de setores da OAB e de entidades de combate ao racismo, já provoca resultados positivos nos estádios da capital paulista. Cicivizzo afirma que só o trabalho conjunto da Polícia Civil, das autoridades e, especialmente, da sociedade mobilizada pode combater a violência.Para a monja Isshin, da Comunidade Zen Budista do Brazil, a principal forma de se combater a violência é através do amor e da educação.