Assembléia Legislativa inaugura Lanchonete-Escola e Café São Paulo


14/03/2006 18:09

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Cozinha da Lanchonete-Escola<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/lanch 023marc.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Inauguração do Café-escola<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/lanch 025marc.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Secretário municipal do Trabalho, Gilmar Viana (ao microfone), secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, 2º secretário, Geraldo Vinholi, presidente Rodrigo Garcia e 1º secretário, Fausto Figueira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/lanch 08marc.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Andréa Esquivel, é a chefe de cozinha da Lanchonete-Escola e coordenadora da área prática do projeto Restaurante-Escola Alesp<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/lanch andrea03marc.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Inauguração da lanchonete-escola<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/lanch 03marc.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Foram inaugurados nesta terça-feira, 14/3, com a presença do presidente da Assembléia, Rodrigo Garcia, do secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, e do secretário municipal do Trabalho, Gilmar Viana, a Lanchonete-Escola Alesp e o Café São Paulo, no espaço térreo do Palácio 9 de Julho. Também participaram da cerimônia o 1º secretário, Fausto Figueira (PT), e o 2º secretário, Geraldo Vinholi (PDT), além de outros parlamentares.

Primeira etapa de um projeto que visa proporcionar capacitação profissional aos jovens advindos das camadas mais desfavorecidas da sociedade, a iniciativa marca o início de uma parceria entre a Assembléia Legislativa e a Prefeitura do município de São Paulo. A Alesp fornece o espaço físico e os equipamentos básicos e a prefeitura supervisiona a execução dos serviços.

O projeto pretende, além de dar formação técnica aos adolescentes entre 17 e 20 anos, garantir a eles acesso ao mercado de trabalho. O Instituto Mensageiros será responsável pelas aulas práticas de gastronomia, cozinha e atendimento ao público, e a Universidade Bandeirantes (Uniban) ministrará as aulas teóricas, que serão realizadas na Assembléia.

Para Rodrigo Garcia, a iniciativa da criação da Lanchonete-Escola, do Café São Paulo e, em etapa posterior, do Restaurante-Escola e da Padaria-Escola, demonstra a sintonia do Legislativo com a realidade vivida pelos paulistas, tão carentes de oportunidades de trabalho.

Inserção social

O secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, esteve presente à inauguração representando o prefeito José Serra, impossibilitado de comparecer. "O objetivo do projeto não é só assistencial, mas o desenvolvimento social, uma vez que ele treina, capacita e qualifica jovens para o mercado de trabalho, justamente num setor em expansão, que é o da gastronomia", declarou Pesaro. O secretário citou que a primeira experiência do Restaurante-Escola, implantado na Câmara Municipal, deu resultados positivos, já que, segundo ele, quase 70% dos jovens que lá se formam já saem empregados ou se empregam logo em seguida.

"Pesquisas do Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap) e do Dieese, publicadas periodicamente, apontam que na periferia de São Paulo o desemprego na faixa etária entre 16 e 24 anos chega a 60%, um número acachapante. E é justamente nessa idade que se procura o primeiro emprego, e só se arruma emprego com muita capacitação profissional. Esse projeto que estamos implementando une transferência de renda " que é o bolsa-salário, da secretaria municipal " com a capacitação profissional", disse o secretário municipal do Trabalho, Gilmar Viana.

Outra pesquisa citada pelo secretário, esta realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 1995 a 2004, revela que a redução da desigualdade social está mais associada ao mercado de trabalho que propriamente aos programas de transferência de renda. "O aumento do salário mínimo e o benefício do bolsa-escola não diminuem desigualdade social. Só podemos sair do ciclo da pobreza com emprego e com renda. Daí a importância do projeto Restaurante-Escola, que aumenta as oportunidades de trabalho para um segmento da população extremamente vulnerável", declarou.

Projeto Restaurante-Escola Alesp forma jovens para o mercado de trabalho

Emprego garantido

A nutricionista clínica, Andréa Esquivel, é a chefe de cozinha da Lanchonete-Escola e coordenadora da área prática do projeto Restaurante-Escola Alesp. Professora da Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban), Andréa foi contratada pelo Instituto Mensageiros, associação civil sem fins lucrativos que venceu a concorrência para a execução do projeto. "O Instituto Mensageiros precisava de uma entidade reconhecida pelo MEC para haver o reconhecimento do curso, por isso surgiu a parceria com a Uniban", afirmou a nutricionista, lembrando que todas as aulas teóricas do curso " nutrição, gastronomia, português, matemática e cidadania " serão ministradas por professores da universidade.

Andréa declarou estar segura quanto às possibilidades de absorção de seus alunos pelo mercado de trabalho. "Há no município de São Paulo 170 mil pontos comerciais registrados como bares, restaurantes e afins, e não há mão-de-obra qualificada para suprir essa demanda. Tenho certeza de que esses jovens, ao terminarem o curso, encontrarão o mercado de portas abertas. Optar por contratá-los será uma escolha natural de qualquer empresário do setor", concluiu.

Orientação nutricional

Ciente das condições de vulnerabilidade social de seus alunos, a coordenadora afirmou que o fato deles fazerem duas refeições diárias na lanchonete pretende orientá-los a comer corretamente, para que mantenham a saúde e previnam o sobrepeso. "A obesidade, além de comprometer as funções orgânicas, é um fator de exclusão social. Que restaurante vai contratar um garçom obeso?", questionou.

Viabilidade econômica

Como a Lanchonete-Escola tem o espaço físico, o mobiliário e os equipamentos básicos cedidos pela Assembléia, e a prefeitura garantirá, no primeiro ano, o pagamento de três professores e do cozinheiro, Andréa Esquivel acredita que será possível arcar com os custos, com folga, mesmo nos meses de recesso parlamentar, quando a circulação de pessoas na Casa é menor. "Todo lucro obtido no projeto será reinvestido", afirmou a professora, lembrando que a lanchonete é apenas a primeira parte do projeto Restaurante Escola Alesp, que, no segundo semestre, deverá assumir a gestão do restaurante situado no 3º andar do Palácio 9 de Julho.

Aprendiz

Entre os 60 participantes da primeira turma da Lanchonete-Escola está José Wilken, de 18 anos, que mora em São Miguel Paulista e cursa o ensino médio na Escola Estadual Shinquichi Agari, do mesmo bairro. José começou a trabalhar aos 16 anos como empacotador em um supermercado, mas teve de deixar o serviço por não conseguir chegar a tempo na escola: "A tolerância máxima para entrar em sala de aula era até às 20h. Nesse horário, eu estava saindo do supermercado", explicou.

Para fazer parte do projeto Restaurante Escola Alesp, Wilken foi selecionado, por avaliação de redação, entre 400 candidatos, todos com idade entre 17 e 20 anos, com renda familiar inferior a dois salários mínimos (ou meio salário mínimo por pessoa). Outro pré-requisito para freqüentar as aulas é estar cursando ou ter completado o ensino médio. Os participantes receberão da Secretaria Municipal do Trabalho bolsas-auxílio de R$ 200.

Com duração de seis meses, o projeto exigirá dos alunos a participação diária em aulas teóricas, com três horas de duração, e outras cinco horas de aprendizagem prática, trabalhando na lanchonete sob a supervisão de instrutores. Para conciliar a escola formal com formação profissional, José optou por trabalhar no primeiro turno, que vai das 7h30 às 14h30. Para isso, terá de sair de casa antes das 6h, já que, de ônibus, leva cerca de uma hora e 40 minutos para ir de São Miguel Paulista ao Ibirapuera.

José Wilken está otimista com o que vem aprendendo " as aulas teóricas começaram em 13/2 " e com as perspectivas de inserção no mercado de trabalho. "Nós aprendemos desde o lado certo de servir, a posição dos talheres até a postura que deve ser mantida. Simpatia e comunicação também são importantes no atendimento", explicou o aprendiz de garçom, confessando que sua maior dificuldade tem sido vencer a inibição.

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