A Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor serviu de mediadora em um acordo de ressarcimento de danos materiais e morais causados a Elisabeth Caminiti Amaya e seus filhos, que tiveram sua residência incendiada por conta da explosão de um televisor LG de 20 polegadas.O acidente, que não causou vítimas, ocorreu em fevereiro, em Guarulhos, quando Elisabeth deixou sozinho em casa seu filho João, de sete anos, enquanto levava a caçula Gabriele, de três anos, à escola. "Eu tinha saído de casa havia cinco minutos quando um vizinho me avisou que a casa estava pegando fogo", contou. Conforme o laudo pericial requerido à Polícia Científica pelo delegado titular do 9º DP de Guarulhos, Carlos Alberto de Oliveira, o foco do incêndio foi realmente o televisor, mas o diretor jurídico da LG Eletronics, Renato Liberali Camargo Jr., argumentou que a prova não era conclusiva: "No processo criminal por incêndio culposo, que corre no Fórum de Guarulhos, a empresa apresentará as provas contrárias".AcordoO presidente da comissão, Romeu Tuma (PMDB), abriu os trabalhos e Edson Ferrarini (PTB) conduziu as negociações.Ferrarini esforçou-se para fazer com que as partes chegassem a um acordo: Elisabeth pleiteava R$ 250 mil de indenização, dos quais considerava que R$ 50 mil seriam seus prejuízos materiais. "Não há preço que pague o drama que meus filhos vêm passando". Renato Liberali, por outro lado, propôs inicialmente uma indenização de R$ 50 mil, que cobririam os danos materiais e morais de Elisabeth e de seus filhos, incluindo a reforma do imóvel pertencente a Omar Camacho, avaliada em aproximadamente R$ 10 mil.A conciliação possibilitou um acordo em que a LG Eletronics pagaria a reforma do imóvel, além dos R$ 50 mil. Somente sua última sugestão não foi aceita por Elisabeth, já que consistiria na doação de um televisor do mesmo modelo da multinacional. "Outra LG, nem de graça", respondeu.O deputado Romeu Tuma avaliou a reunião como uma forma de desafogar o Poder Judiciário: "É uma demanda a menos para a Justiça", concluiu.