Giulia Scaglione recupera, fotográfica e antecipadamente, a memória do Memorial

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
29/03/2006 16:40

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/giulia obra20.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/giulia obra18.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/giulia obra21.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Giulia Scaglione<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/GiuliaScaglioni.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/giulia obra19.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> <b>Memória de um Memorial</b>, ensaio fotográfico doado ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/giulia obra17.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A hipersofisticação do material moderno mata, segundo muitos fotógrafos, a emoção, reduzindo consideravelmente a parte do trabalho manual no processo de tomada fotográfica. O que não é o caso de Giulia Scaglione.

Artista e fotógrafa, se lembra que deve permanecer mestre de seu produto e de suas transformações desde o início até o fim. Não pode deixar uma máquina fotográfica decidir o que deve ser feito. Não importa em que momento o fotógrafo pode intervir de maneira a obter uma prova completamente original. Tão melhor será se no percurso o azar se unir para alterar o tom ou a forma da foto.

Para dar a suas imagens um caráter mais pessoal, Giulia Scaglione as trata segundo procedimentos incomuns, às vezes longe das técnicas tradicionais. O resultado é bem interessante, sobretudo nas fotos dedicadas à arquitetura: recuo da perspectiva das edificações, perda de todo o ponto de fuga e algumas justaposições de planos.

Na maioria dos fotógrafos, o desejo de pintar não está afastado. E a obra é muitas vezes a conclusão de uma longa série de intervenções. Assim é a fotógrafa italiana que gosta de flertar com um sentimento do passado para transcender a própria idéia do tempo.

Muito além da forma, existe também a idéia de uma certa feminilidade que se exprime em sua obra com uma maravilhosa mistura de força e fragilidade.Apaixonada pelo século em que vivemos e preocupada pela passagem do tempo, pela lenta desagregação dos exteriores e dos componentes da nossa moderna arquitetura, Giulia Scaglione não poderia deixar de se interessar pelo conjunto escultural que Niemeyer projetou para o Memorial da América Latina.

Em Memória de um Memorial, ensaio fotográfico doado ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, representa uma importante contribuição dessa artista-fotógrafa para a interrogação que essas imagens colocará aos arqueólogos e aos historiadores da arte nos próximos séculos. Para tanto, ela escolheu enfocar poeticamente os rigores lineares, as curvas, os maciços de concreto, os símbolos existentes e o jogo de luzes e sombras, entrelaçadas e projetadas nos espaços criados por outro artista plástico.

A artista

Giulia Scaglione, pseudônimo artístico de Giulia Maria Morra Scaglione, nasceu em 1973, na cidade de Turim, Itália, onde estudou no Liceu Clássico Cesare Balbo e diplomou-se em Economia e Comércio na Universidade de Turim.

De 1996 a 1998 viveu em Strasburgo, na França, onde apro-veitou para estudar in loco história da arte e da fotografia. Realizou diversas viagens de estudo pela Espanha, Grécia, Turquia, Praga, Nova York e Londres.

No ano 2000, por ocasião dos 500 anos do Brasil, mudou-se com a família para São Paulo, onde se descobriu apaixonada pela fotografia em preto e branco, o que a levou a cursar com sucesso a Escola Panamericana de Arte e Design, sob a supervisão do professor Ary Condota. Em 2002 regressou à Itália, realizando diversas exposições sobre sua estada em nosso País.

Entusiasta da arquitetura e dos arquitetos brasileiros tem se dedicado a fotografar os exemplares mais significativos de nossas edificações. Vale salientar que, após realizar um excelente ensaio sobre o Memorial da América Latina, está preparando outro, desta feita sobre o Palácio 9 de Julho, sede da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp