Museu de Arte - José Zaragoza

José Zaragoza: forte qualidade cromática que se espalha como um "perfume" sobre a obra
11/09/2012 10:47 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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Prazer solitário dourado<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2012/fg117768.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  José Zaragoza <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2012/fg117772.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

 


José Zaragoza aprofundou através dos anos sua posição frente a uma realidade em perene transformação. Num mundo propenso em direção a grandes transformações, a linguagem não é mais um assunto pessoal, mas o importante instrumento de comunicação que transmite a fisionomia da época. Não sendo mais possível permanecer bloqueado a um diário intimista, o artista de nossos dias tomou consciência que deve assumir uma posição inequívoca frente ao real.

Depois da fase realística e da informal nasceu a que traduz uma concepção volumétrica do real, naturalmente, sem abandonar a verdadeira e própria criatividade. Pintando sobre grandes espaços formas geométricas imaginadas que enclausuram cores vivas, o artista passou a reexaminar sua primeira maneira de pintar formas inseridas num processo criativo bem mais complicado e harmonizado através de traços da racionalidade.

As cores aparecem hoje mais suaves e suas composições elegantes e estilizadas de nada sofreram dessa diminuição cromática. Zaragoza sempre consegue dar ao espectador um sentido poético. No mundo desse genial e silencioso artista, o homem presente ou ausente permanece o protagonista. Pinta com uma dinâmica emotiva, com instinto e aguda ansiedade, sem necessidade de pesquisa.

O quadro é uma espécie de território na qual deve acontecer algo, com uma boa parte de imprevisível. Utiliza formas simples que têm relação com uma certa genética. Entretanto, são as relações entre as formas que interessam ao artista; que procura instaurar tensões e estabelecer pontos de vistas diferentes, até mesmo contraditórios, entre elementos que se originam de registros formais heterogêneos. É essa dinâmica que permite a existência do próprio espaço da obra como tal, colocando seu equilíbrio e sua instável harmonia.

A cor, extremamente delicada dentro de suporte cromático, se distribui com tonalidades absolutamente uniformes. Seus quadros, conseqüentemente, possuem uma forte qualidade cromática interior que se espalha como um ¨perfume¨ sobre toda a superfície da obra.

A obra "Prazer solitário dourado", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, define perfeitamente a personalidade do artista: Zaragoza é um dos poucos pintores dos quais pode-se dizer com muita razão que a sua é uma pintura ¨analítica¨, ou seja ¨fundamental¨.



O artista



José Zaragoza nasceu em Barcelona, Espanha, em 1930, cidade onde estudou na tradicional Escola de Belas Artes. Em 1947, participa do Salão de Jovens Artistas na Escola de Artes e Ofícios de Badalona, (Espanha) e, a partir de 1950 , passou a trabalhar na Gráfica Manen como ilustrador de livros e cartazes. Transferiu-se para o Brasil em 1952 onde, além das atividades artísticas, passou a se dedicar também à publicidade.

Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas destacando-se entre elas: Salão de Arte Contemporânea na Galeria Prestes Maia " São Paulo " (1959); Bienal de São Paulo, Fundação Álvares Penteado " São Paulo (1963); 2º Prêmio Probel " Museu de Arte Moderna de S. Paulo, Bienal de São Paulo (1965); Bienal de São Paulo (1967) Interdesign (Fase Branca) " São Paulo (1973); Galeria Fernando Millan " São Paulo (1976); Instituto de Arquitetos " Porto Alegre, Hebraica " São Paulo, Galeria Harriet Griffin-NY, (1977); Jequi-ti Mar " Guarujá, MASP " Museu de Arte de São Paulo (1978); Galeria Antiqua " São Paulo (1979); Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Galeria L'Oeil de Boeuf " Paris; FIAC'80 " Paris (1980); Galeria Trece " Barcelona; Galeria Heller " Madrid; Zoma Gallery " New York ( 1981 ); Galeria Paulo Figueiredo " São Paulo ( 1983 ); Galeria Paulo Figueiredo " Brasília; Galeria Kraft " Porto Alegre; Mostra Itinerante nas cidades de Lisboa, Madrid, Roma, Londres, Paris e Haia; Petite Galerie " Rio de Janeiro; Galeria Paulo Figueiredo " São Paulo; Galeria Mônica Filgueiras " São Paulo; desenhos na Galeria Papier " São Paulo ( 1985 ); Museu de Arte de São Paulo; Artistas brasileiros em Ludwigshafen, Alemanha; II Bienal de Havana, Cuba; "Paisagens Imaginárias" " Galeria Unidade Dois " São Paulo (1986); "Gesto Alucinado" " Rio Design Center, Rio de Janeiro e no Paço das Artes. São Paulo; "Candies" " Galeria Monica Filgueiras " S.Paulo ( 1987 ); Galeria Chicô Gouveia " Rio de Janeiro; Galeria Gesto Gráfico " Belo Horizonte; Galeria JBr " Brasília; Galeria Casa Grande " Goiânia; "Pátria Amada, Idolatrada, Salve, Salve!" " S.Paulo ( 1989 ); "Futebol Arte" " Shopping Morumbi, S.Paulo "55º Aniversário de Elvis Presley", Shopping Morumbi " S.Paulo ( 1990 ); "Soccer Art" e "Brazil in the World Cup", em Shizuoka, Japão; "Brazilian Imaginary Landscapes" e "Brazil in the World Cup" - AZ Gallery, Tóquio, Japão; "Desenhos Eróticos" na Galeria Monica Filgueiras - São Paulo ( 1991 ); "Zaragoza Olympics" em Barcelona, Espanha; ( 1992 ); Salão Matsuzakaya " Shizuoka, Japão; Museu de Arte Tchokoku no Mori " Hakone, Japão; Tobu Gallery " Utsunomiya, Japão; Sun Gallery " Nagoya, Japão ( 1993 ); Galeria Nara Roesler " São Paulo ( 1994 ); "Pássaros" na Estufa " São Paulo ( 1995 ); "Chaves" " Galeria Millan " S. Paulo; "Paisagens" " Galeria Mônica Filgueiras; Galeria Multipla de Arte " São Paulo ( 1997 ); Galeria Mônica Filgueiras ( 1998 ) .



Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil, no exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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