Paulo Sayeg: sonho e realidade em cenas próximas ao teatro épico romântico



Paulo Sayeg adotou desde o início de sua carreira artística um estilo bem pessoal, ao qual permanece constantemente fiel e onde os elementos fundamentais são o desenho e a composição. Se o estilo de sua expressão artística permanece inalterável, os temas são de uma variedade infinita embora na sua maioria constituídos de composições alegóricas que lembram cenas medievais.



Tanto os desenhos quanto as pinturas de Paulo Sayeg refletem uma alma em contínua efervescência e são a expressão da idéia de um mundo, onde domina o sentimento de luta e de conquista. A exploração de regiões pouco conhecidas do inconsciente, a análise de instintos esmagados e a descoberta de recordações quase esquecidas constituem o enfoque dado pelo artista à verdadeira radiografia de um mundo onírico.



A inquietação do pintor não exclui outras experiências longamente meditadas de alguns mestres do expressionismo. Um símile componente parece ainda hoje determinar a construção de um espaço particular, vivo e dramático embora diferenciado daqueles pintores da "similitude de estados de alma".



Além de uma real necessidade interior, a multiplicidade de temas se constitui no testemunho de um virtuosismo com o qual o artista domina cada tema e o interpreta segundo sua própria concepção.



Suas obras são dominadas por traços fortes e vigorosos, as silhuetas de suas figuras humanas e de seus cavalos vibram e se destacam do fundo negro que os envolve. Em perfeito acordo com as leis da perspectiva, apoiadas sobre planos de composição bem determinados, seus quadros possuem uma estrutura gráfica de excelente leitura.



Na obra "Cavaleiros do Apocalipse", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o lado fantástico de seus personagens, com forte conteúdo expressionista, nos faz pensar em cenas do teatro épico-romântico onde sonho e realidade se unem numa expressão poética.



O Artista



Paulo Sayeg nasceu em São Paulo, em 1960, onde desde muito jovem instalou o seu atelier, dedicando-se ao desenho, à gravura e à pintura.



Participou de inúmeras exposições coletivas no Brasil e no exterior e das seguintes exposições individuais: "O Movimento", Biblioteca Municipal Mário de Andrade, SP (1982); Pitanga do Amparo Arquitetura e Arte, SP (1984, 1985 e 1988); Galeria Paulo Prado, SP (1985 e 1988); Yutaka Sanematsu Escritório de Arte, SP; Galeria de Arte Fernando Paz, Belo Horizonte, MG (1987); Centro Cultural Cásper Líbero, SP (1988); Timir Gallery, Amsterdam, Holanda (1991); "Anjo", Capolavoro Mobili e Architettura, SP; J.E. Stallion International Gallery, Louisville, Kentucky, EUA; Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP (1993); Centro de Estudos Brasileiros, Roma, Itália (1997); Ruy Sant"ana Galeria, SP; Espaço Cultural Banespa Paulista, SP (1998) e Forma, SP; Fundação Cultural Pedro Ludovico Teixeira, Goiânia, GO (1999).



A APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte outorgou-lhe em 1987 o título de melhor desenhista do ano. Possui obras em inúmeras coleções particulares e nos acervos oficiais da Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP; do Museu de Arte Moderna de Chicago, EUA; do Museu Banespa, SP; do Museu de Arte Moderna de Brasília, DF; e do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.