A Comissão Parlamentar de Inquérito, presidida pelo deputado Mauro Bragato (PSDB), que tem como finalidade investigar problemas envolvendo a compra e venda de ingressos para eventos culturais, musicais, esportivos, teatro e lazer em geral, realizados no Estado, recebeu nesta quarta-feira, 4/6, representantes das empresas Livepass, Ingresso Fácil e Ingresso Rápido. O tema da reunião foi o debate em relação às taxas de conveniência cobradas na venda de ingressos. O advogado do Ingresso Fácil, Alexandre Augusto Olmacht, disse que há muita diferença entre as taxas impostas, questionando por que o comprador que escolhe o setor mais caro precisa pagar uma tarifa mais elevada. Olmacht comentou que o Ingresso Fácil negocia com o produtor do evento, não impondo pagamento extra ao consumidor quanto ao ao serviço prestado. O presidente do Ingresso Fácil, Bruno Balsimelli, também resaltou que a empresa não cobra taxas na venda de ingressos e declarou que o cliente só paga o valor da postagem nos Correios, caso queira recebê-lo em sua residência, apesar da possibilidade de retirada em postos conveniados sem ser taxado. Balsimelli destacou que a empresa não restringe a porcentagem de meia entrada no total de ingressos disponibilizados para o evento, mas só é permitido uma compra por CPF. Livepass O diretor geral da Livepass e presidente da Associação Brasileira de Vendas de Ingressos, Maurício Aires, se mostrou contrário as ideias expostas pelos representantes do Ingresso Fácil. Segundo o diretor, o cliente que tem a possibilidade de comprar um ingresso no setor mais caro, tem condições de pagar uma taxa mais alta. Aires também afirma que a taxa é correspondente a um percentual do valor do ingresso que pode chegar a 20%. O representante alega que o tributo é regulamentado e que há divergência de conceito quando o Procon considera essa atividade abusiva e ilegal. Ingresso Rápido A diretora de operações do Ingresso Rápido, Kátia Lattufe, destacou que há possibilidade do cliente adquirir o ingresso sem taxa ao comprá-lo na bilheteria. Segundo a diretora, existe um padrão para cobrá-la e que pode alcançar uma porcentagem de 18%. Kátia afirma que desconhece a ilegalidade da cobrança, alegada pelo Procon, e que o valor dos ingressos vão diretamente aos produtores, restando para a empresa uma remuneração pelos serviços extras e o tributo. A diretora afirma que existe transparência no sistema de venda destas entradas, onde o comprador pode visualizar o valor do ingresso e da taxa. O advogado do Ingresso Rápido, Renato Ferreira, declarou que o tributo cobrado é legal e é uma remuneração privada. Segundo Ferreira, só há ilegalidade quando o cliente não possui outras maneiras de comprar o ingresso sem a cobrança extra. O advogado afirma que o número de reclamações em relação à taxa no Procon é insignificante. Também participaram da reunião Célia Leão e Maria Lúcia Amary (ambas do PSDB) e Chico Sardelli (PV).