Na 13ª reunião da CPI instaurada para investigar as denúncias de violações aos direitos humanos nas universidades, nesta quinta-feira, 22/1, era esperada a presença de sete alunos do curso de medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCamp). Esses estudantes foram, na reunião sigilosa da CPI ocorrida no último dia 7/1, acusados de praticar diversas violências durante trotes em calouros, em locais fora do campus da faculdade. O presidente da CPI, deputado Adriano Diogo (PT), lamentou a ausência injustificada dos estudantes. Informou que na próxima reunião da CPI, prevista para a terça-feira, 27/1, deverá ser aprovado novo convite para os alunos, entre outros requerimentos. Três professores da Faculdade de Medicina da PUCCamp, porém, compareceram à reunião: Maria Aparecida Barone Teixeira, Carlos Oswaldo Teixeira e Joviane Barreto, sendo que apenas os dois primeiros falaram à CPI. Ambos afirmaram que há mais de dez anos qualquer forma de trote é proibida na PUC, e essa proibição é divulgada no campus. Se houver algum abuso, é instaurada uma sindicância, sendo que os professores afirmaram nunca terem sido convidados a participar de uma. Fora do campus A professora Maria Aparecida afirmou que por vezes ouve comentários sobre trotes nos corredores da faculdade, que teriam ocorrido em festas fora do campus. Portanto, disse à deputada Sarah Munhoz (PCdoB), desconhece as práticas do trote, como agressões, venda de kits e cobrança de dinheiro para ser usado para compra de bebida em festas. Ela disse ainda que tenta conversar com os alunos, e que não leciona para alunos do primeiro ano. Ex-aluno da PUC Campinas, o professor Carlos Oswaldo Teixeira também alegou desconhecer os trotes, e também falou que não leciona para alunos do primeiro ano. Refutou denúncias que foram feitas na reunião sigilosa da CPI, dizendo que há deturpações envolvendo seu nome. Ele citou que tanto alunos como professores ficaram revoltados e chocados quando foram veiculadas as denúncias feitas à CPI. Teixeira confirmou que realmente há o conceito de família na faculdade. A relação entre alunos e professores é forte, pois são seis anos de convivência, por vezes entre alunos oriundos de lugares distantes. Mas não há hierarquia de poder nesta família, garantiu. O presidente Adriano Diogo afirmou estar preocupado com a segurança dos alunos que denunciaram os abusos, que realmente ocorreram em festas fora do campus. Considerou que a ausência dos estudantes acusados e a presença, sem convite prévio dos professores, "uma tentativa da instituição de defender os alunos".