Frente de enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zica defende conscientização e prevenção



Durante o primeiro semestre do ano, por motivação das epidemias nas quais o Brasil figura como o primeiro da lista em quantidade de casos em todo o mundo, foi realizado o lançamento da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Participaram das reuniões da frente as principais instituições de pesquisa e órgãos públicos que trabalham no combate ao Aedes aegypti, vetor dessas arboviroses (vírus transmitidos por mosquitos).
Um dos primeiros a dar o alerta foi o coordenador da frente, deputado Ângelo Perugini (PDT). Em abril, ao discursar para o auditório lotado, afirmou que "na última hora, 46 pessoas foram contaminadas pelo Aedes aegypti, e este número chegará, até o final da tarde, a 1.108 indivíduos infectados".
Perugini lembrou que esses números tinham sido fornecidos pelo Ministério da Saúde, cujos registros indicavam 66.525 casos de dengue nos dois primeiros meses do ano. Referindo-se às instituições que atuarão como membros colaboradores - Opas/OMS, Unicamp, Fiocruz, Anvisa, Instituto Butantan, Sucen e Defesa Civil -, o deputado informou que a participação dos 45 parlamentares de 16 partidos que endossaram a instalação da frente parlamentar será lutar por políticas públicas para eliminar criadouros, informar a sociedade sobre novas tecnologias e buscar recursos para os institutos de ensino e pesquisa.
Emergência nacional contra o Zika vírus
Os convidados para a instalação da frente focaram principalmente as ações que têm sido desenvolvidas no combate ao Zika vírus. Carlos Campelo de Melo, consultor nacional em dengue e análise de situação de saúde da Organização Pan-Americana de Saúde da ONU, relatou os passos adotados pela entidade desde o primeiro informe de presença do Zika vírus, no Estado da Paraíba, no final de 2014. Sabia-se que não era dengue. No começo de 2015, outros Estados do Nordeste brasileiro apresentavam 20 casos dessa mesma doença.
"Havia 48 casos de Guillain-Barré, doença já conhecida como consequência do Zika vírus", contou Carlos Melo, acrescentando que, em agosto de 2015, surgiram os primeiros casos de microcefalia (138) em Pernambuco. Em novembro, a Opas decretou emergência nacional para "obter respostas imediatas, porque o vírus se espalha rapidamente e traz consequências extremamente danosas". De fato, em janeiro de 2016, 34 países das Américas do Sul e Central já estavam convivendo com o Zika Vírus.
Domicílios vistoriados
O cel. PM José Roberto Rodrigues de Oliveira, coordenador estadual da Defesa Civil, informou que desde a decretação de situação emergencial pela Opas, fato que não ocorria há cem anos, passou-se à mobilização de combate ao Aedes aegypti. Desde 22 de dezembro do ano passado, 17 milhões de domicílios foram vistoriados. Entretanto, alertou o coronel, 25% desse total são de residências fechadas. "Daí a importância dessa frente parlamentar", destacou, enfatizando que há necessidade de leis que encontrem brechas no caso de recusa para o monitoramento de criadouros. Oliveira disse que 80% dos criadouros encontram-se dentro dos domicílios, onde 95% das ações são mecânicas, ou seja, dependem do cidadão. Por esta razão, relatou, a Defesa Civil tem realizado mutirões com o engajamento de igrejas e escolas.
Rodrigo Stambeli, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), confirmou que, "através do coletivo, conseguimos vencer as doenças causadas por vetores, pois estão associadas à pobreza, à falta de saneamento básico". Após contabilizar sete mil casos de microcefalia, sendo 280 no Estado de São Paulo, Stambeli explicou o trabalho desenvolvido pela Fiocruz, cuja missão é reduzir a menos de 1% nas cidades brasileiras a contaminação pelo Aedes aegypti. Essa redução drástica teria de ocorrer até o final do ano, anunciou.
As vacinas do Butantan
Na frente de batalha junto com a Opas, o Instituto Butantan tem como prioridade a desenvolver a vacina contra a dengue. "Dois terços da população mundial corre o risco de contrair dengue", informou Marcelo de Franco, diretor substituto do Instituto Butantan. Segundo ele, no Brasil, há 1,5 milhão de casos notificados. Mas, garantiu, a perspectiva é que os primeiros resultados dessa vacina, aplicada em 17 mil voluntários no ano passado, estejam prontos em julho do ano que vem.
A ideia é produzir o vírus e o soro antizika (para os que já estão com a doença), enfatizou Franco. Para tanto, há etapas a serem cumpridas e que estão sendo feitas pelo Instituto Butantan: isolamento do vírus, purificação, expansão, testes em roedores e macacos, antes de serem aplicados em humanos. "Para a Chikungunya, temos parceria com o Instituto Pasteur para testar uma nova vacina", informou.
Após reiterar que o Zika é um vírus pouco estudado, Álvaro Penteado Crósta, coordenador geral da Universidade Estadual de Campinas, explicou que a Unicamp organizou, como uma das ações no combate ao Aedes aegypti, uma biblioteca virtual contendo todas as informações e diversas pesquisas sobre este assunto. "Essa biblioteca é acessada por 60 mil pessoas por dia", assinalou.
Notícias mais lidas
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações