O Dia Mundial do Direito do Consumidor foi celebrado em ato solene, na última quinta-feira (15/3), no Auditório Paulo Kobayashi da Assembleia Legislativa. "Precisamos comemorar, mas ainda há muito a fazer. As empresas precisam entender que o compromisso é com o cliente. A equipe de vendas é importante, mas a de pós vendas é fundamental, pois é a que verifica a satisfação. As empresas que entenderem que o cliente é o bem maior terão vida longa", disse o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor (PRB), que presidiu a cerimônia. João Marcelo Gonçalves, diretor de Relações Institucionais da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) da cidade de São Paulo, participou do evento. "Temos uma estrutura de Procons muito boa, em todo o Brasil. São 42 anos de fundação, pioneira na América Latina e um modelo de trabalho na proteção e na defesa do consumidor", disse. Segundo ele, as empresas de telefonia, setor financeiro, aviação, planos de saúde e cartão de crédito são as que têm mais demandas. Paulo Miguel, diretor executivo do Procon da cidade de São Paulo, considera o Dia Mundial do Consumidor uma data de comemoração pelos avanços, proporcionados principalmente pelo Código de Defesa do Consumidor, em vigor há 27 anos, mas que precisa ser revisado periodicamente. "Temos observado vários movimentos que representam um verdadeiro retrocesso para a defesa do consumidor. O discurso é sempre o mesmo, a mudança proposta promete melhorias e a um custo menor, mas não é o que observamos na prática", ressaltou Paulo Miguel, citando setores como o aéreo, que passou a cobrar por alimentação e bagagem, e agora quer cobrar também pelo assento marcado sem a redução do valor da passagem. "Nosso problema maior é com as agências reguladoras, que mais parecem o sindicato dos fornecedores. Não temos uma agência que realmente compre a ideia do consumidor, elas compram a do fornecedor. Dessa forma, não conseguiremos obter sucesso", asseverou Miguel. "Não podemos desistir " o que inclusive advogados acabam fazendo quando têm algum problema com uma empresa. Precisamos reclamar, exercer os nossos direitos", finalizou o deputado Jorge Wilson. A mesa foi composta por Renata Sene, prefeita de Francisco Morato, Rosemary Dalmazo, vereadora de Porto Feliz, e Vera Lúcia Gomes, diretora do Procon de Guarulhos, além dos citados na reportagem. Compareceram ao evento coordenadores de Procons, membros da Defensoria Pública de São Paulo e público interessado.