Médicos oftalmologistas estiveram no auditório Franco Montoro, na última quarta-feira (4/4), para falar sobre o tratamento e as causas da cegueira no Brasil. A iniciativa está dentro da campanha Abril Marrom em que governos, entidades médicas e centros hospitalares uniram-se para minimizar os efeitos provocados pela doença. "As pessoas não sabem que consultando um oftalmologista e tendo um diagnóstico rápido podem evitar a cegueira", disse o deputado Luiz Carlos Gondim, idealizador do evento. O oftalmologista Suel Abujamra é presidente do instituto que leva o seu nome. Ele palestrou sobre as causas da cegueira apontando para o sistema de regulamentação do acesso, que dificulta o atendimento de pacientes pelos serviços de média e alta complexidade. "A doença na visão tem início e deve ser atendida rapidamente, com diagnóstico e tratamento precoces", declarou. "É extremamente importante que a população e a classe política entendam o problema da cegueira e, a partir daí, campanhas e políticas públicas sejam desenvolvidas", disse o diretor do Departamento de Oftalmologia do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe), Pedro Duraes Serracarbasso. Segundo a Organização Mundial da Saúde, as principais causas de cegueira no Brasil são catarata, glaucoma, retinopatia diabética, cegueira infantil e degeneração macular. De acordo com o último senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, 6,5 milhões de pessoas possuíam alguma deficiência visual: 528.624 eram cegos e 6.056.654 tinham baixa visão ou visão subnormal (grande e permanente dificuldade de enxergar). A região sudeste possui 3,1% de sua população com problemas de visão, um total de 2.508.587 habitantes. Ação Social Durante o evento, o Espaço Café da Alesp recebeu profissionais do Instituto Suel Anujamra (ISA), que realizaram avaliações oftalmológicas gratuitamente. Fabiana Luiza da Silva, 27 anos, é da cidade de Campos do Jordão e trouxe o filho de nove anos para realizar um atendimento. "Com oito meses de idade eu descobri que ele tinha problemas de vista. Com dois anos ele já começou a usar óculos", disse. O menor possui 4 graus de astigmatismo, doença na córnea que dificulta a entrada de luz nos olhos e torna as imagens desfocadas. "Quando eu recebi o telefonema dizendo que haveria a ação do instituto fiquei feliz e não perdi a oportunidade", declarou a mãe, destacando a precariedade de profissionais desta área da saúde. O Abril Marrom é uma proposta de Gondim que visa a prevenção, combate e reabilitação das diversas espécies de cegueira no Estado. O PL 218/2017 está em tramitação ordinária nas comissões da Casa.