Nestes próximos dias, vamos conhecer um pouco mais sobre as expectativas dos principais personagens do legislativo estadual paulista para os próximos quatro anos: os deputados. Depois de quatro meses de mandato, o que será que eles esperam? Em quem eles se inspiram? Quais as prioridades de cada gabinete? A entrevista desta edição é com a deputada Isa Penna. Os últimos meses Enquanto cidadã eu achava que ia encontrar uma Assembleia Legislativa dominada pelo agronegócio, pela bancada da bala e muito deslocada dos debates da sociedade. Infelizmente eu acho que a minha expectativa se confirmou em todos os sentidos, menos no sentido de a Alesp estar tão deslocada, já que tem sido bastante pautada pelos debates nacionais e de interesse popular. Mas eu estou otimista com o mandato, porque vejo o movimento feminista crescendo e uma geração de feministas se formando. Só me preocupo com a correlação institucional de forças, quando vejo o Bolsonaro e o Doria, a direita se 'endireitando' cada vez mais. Aquela história de governar para todos não está se confirmando. O Bolsonaro está mais fascista do que eu esperava. Projetos, legado e futuro Eu quero deixar um legado especial no tema da violência contra as mulheres, no sentido de que as mulheres se fortaleçam para entender a violência como um fenômeno social e não patológico. E quero trabalhar em políticas públicas que de fato protejam as mulheres e as ajudem a romper com o ciclo de violência. Quero ser uma deputada que vai estar na linha de frente da resistência, mas que também ajudou as mulheres a se compreenderem no panorama político. Inspiração e referências É meio clichê, mas sem dúvida as minhas grandes referências são o meu pai, militante, e a minha mãe, que é professora. Do ponto de vista de pensamento, posso citar a Rosa Luxemburgo, a Tithi Bhattacharya, a Cinzia Aruzza, feministas que me inspiram bastante.