Carlos Giannazi protocolou no Ministério Público estadual uma representação contra a medida da Secretaria da Educação que obriga os coordenadores pedagógicos das escolas estaduais a monitorar professores em sala de aula. A orientação inclui o preenchimento de uma ficha de controle onde deverá ser atribuída uma nota ao docente, além de registros como o tempo gasto para a discussão de cada conteúdo. "Está sendo implementada nas escolas uma lógica empresarial que nada tem a ver com educação e serve apenas para intimidar e vigiar os professores. É um ataque à liberdade de cátedra, que é garantida pela LDB e pela Constituição Federal", explicou o parlamentar, para quem a iniciativa tem objetivo de criminalizar os professores, atribuindo a eles a culpa pela crise da educação pública. "O governo deveria, sim, avaliar sua própria política de desmonte, que fecha escolas, salas e turnos e que mantém unidades degradadas e sem o número adequado de funcionários. Uma política que não valoriza os professores e que não cumpre direitos como a data-base salarial e o piso nacional do magistério." Giannazi, que é professor da rede estadual desde 1984 e da rede municipal desde 1985, assegura que esse tipo de vigilância dentro da sala de aula nunca foi exercido no país, nem mesmo na época da ditadura militar. "Nós exigimos que o Ministério Público entre com medidas para proibir esse tipo de intimidação ao livre exercício do trabalho pedagógico."