As mudanças iniciadas nas 36 normas regulamentadoras (NRs) que balizam a atuação dos auditores fiscais do trabalho foram o tema de debate no Dia do Engenheiro de Segurança do Trabalho, realizada na Alesp nesta terça-feira (6/8). A visão geral de engenheiros e técnicos é de que, no afã de aumentar a competitividade do setor produtivo, o governo federal poderá provocar um retrocesso de décadas nos processos industriais. Segundo eles, nem mesmo a pretendida redução no custo será alcançada, já que todos os indicadores apontam a prevenção de acidentes como uma economia a longo prazo: a cada real investido, quatro deixarão de ser gastos na reparação de danos pessoais e materiais. Proposto por Carlos Giannazi " que é também autor da lei 14.818/12, que instituiu a data comemorativa no calendário oficial do Estado ", o ato solene foi presidido por Leonídio Ribeiro, coordenador do curso de pós-graduação na Unip, que fez inclusive uma autocrítica da categoria, relatando a existência de maus profissionais que lucram com a burocracia existente, deixando de lado os verdadeiros objetivos de sua atuação. O engenheiro Marcelo de Paula explicou que a atividade deve ser antes de tudo propositiva, com base no domínio das operações e na consciência dos riscos inerentes. "O verdadeiro custo se dá quando acidentes acontecem. Muitas empresas se meteram na lama e deixaram de ser competitivas exatamente por não cumprir as NRs", afirmou, tomando o exemplo da mineradora Vale.