Um ato solene intitulado "Verdades e valores em tempos de anormalidades pandêmicas e políticas" discutiu, nesta segunda-feira (24/8), questões relacionadas ao ensino no contexto da pandemia. O encontro, solicitado pela deputada Professora Bebel (PT), aconteceu em ambiente virtual. A parlamentar fez ponderações sobre a desigualdade exposta pelo sistema de aulas remotas: "Não dá para falar em igualdade educacional se não tivermos um ponto de partida igual e não temos", devido à falta de acesso às tecnologias e internet, o que impossibilita muitos estudantes de acompanharem as atividades. "Estamos falando de um país pobre, onde as crianças vão para a escola para se alimentar", complementou. No entanto, apesar de acreditar que a questão precisa ser debatida, Bebel defende que as aulas não retornem neste ano em razão da falta de condições sanitárias. "Nem a rede pública nem a particular estão preparadas para a volta às aulas, porque estamos em pandemia, esta é a questão". O cientista social, mestre em Ciência Política e doutor em Educação, professor Miguel Arroyo, discursou durante o encontro. Ele expôs a necessidade de um ensino humanizado e ressaltou a importância da manutenção da vida para além do ano letivo. "Estamos muito mais preocupados em regulamentar, aprovar, reprovar, expulsar do que com os processos humanos", pontuou. Arroyo definiu o retorno como desafiante e, ao falar sobre os atos de desigualdade perpetrados contra as minorias do país, refletiu: "Por que a escola reprova os que a sociedade reprova? Isso é terrível". Ao final da solenidade, os convidados puderam elaborar questionamentos, respondidos por ele.