Solenidade debate políticas públicas de combate ao racismo estrutural

Propostas de leis antirracistas começarão a ser protocoladas até o final do mês, afirma deputada
26/05/2021 13:15 | Ato Solene | Beatriz Ferreira - Foto: Reprodução Rede Alesp

Compartilhar:

Ato Solene - O papel das políticas públicas no combate ao racismo estrutural em ambiente virtual<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267519.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Monica da Mandata Ativista<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267520.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Jesus dos Santos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267521.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> João Oliveira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267522.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Professor Carlos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267523.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Sheila Pereira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267524.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Michele Serra<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267528.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Liciane Linhares<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267529.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Juca<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267530.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Ato Solene - O papel das políticas públicas no combate ao racismo estrutural em ambiente virtual<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267527.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Ato Solene - O papel das políticas públicas no combate ao racismo estrutural em ambiente virtual<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267525.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Ato Solene - O papel das políticas públicas no combate ao racismo estrutural em ambiente virtual<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2021/fg267526.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Ato solene em ambiente virtual organizado nesta terça-feira (25/5) pela deputada Monica da Mandata Ativista (PSOL) apresentou um pacote de propostas de leis antirracistas que começarão a ser protocoladas na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo ainda neste mês.

A medida reúne políticas públicas elaboradas com a participação de estudiosos, movimentos e organizações sociais com a finalidade de combater o racismo estrutural nas áreas da educação, saúde, trabalho, emprego e renda, comunicação, segurança pública, introdução ambiental e luta contra o racismo ambiental.

"O nosso esforço se dará para que o ano de 2021 seja marcado na política do Estado e na Assembleia Legislativa, pelo maior número de projetos de leis antirracistas aprovados", destacou Jesus dos Santos, integrante da Mandata Ativista que conduziu a atividade.

Benezita Djoco relatou sua experiência como imigrante da Guiné-Bissau no Brasil. Ela chegou no país ainda adolescente, e cursou o ensino médio, a graduação e depois o mestrado. Para ela foi um desafio enfrentar as diferenças culturais e o preconceito racial. "Eu conheci o racismo no Brasil", disse.

Ela conta que na escola os livros didáticos brasileiros não retratavam a história africana "Aqui se estuda um mundo completamente diferente". De acordo com ela, as pessoas não pareciam saber o que era África.

"Eu lembro que na sala de aula, uma vez o professor perguntou se na África eu não comia. Aquilo me incomodou e todo mundo riu. Mas o problema não foi o que ele disse, o problema era que ele também deveria se educar para saber como lidar com a situação", disse.

Na avaliação dela, o Brasil deveria estabelecer políticas públicas para sensibilizar as empresas para facilitem o processo de contratação para imigrantes. "Não estou pensando só em mim, em todo momento penso nos meus conterrâneos '', ressaltou.

A deputada Monica da Mandata Ativista refletiu sobre o racismo ambiental e das dificuldades de acesso a recursos essenciais como a água, por parte da população negra que vive em lugares precarizados devido a fenômenos naturais. A parlamentar também falou sobre a Subcomissão da Água, um órgão técnico que será instalado na Alesp para tratar sobre o assunto pelos próximos dois anos.

"Um estudo da Universidade Federal do ABC (UFABC) divulgado essa semana, trouxe a triste notícia de que sete a cada dez moradores de favelas e periferias já estão sem acesso à água nesse momento do ano, que é o momento ainda chuvoso. O que esperar da seca que vai chegar em junho e julho no Brasil?", questionou.

Sheila Pereira, presidente da Associação Pró Falcêmicos (Aprofe), fez um apelo para hajam políticas públicas voltadas para os portadores de anemia falciforme, doença hereditária que atinge principalmente a população negra, caracterizada pela deformação dos glóbulos vermelhos, que adquirem um formato semelhante a uma meia-lua ou uma foice, dificultando a oxigenação dos tecidos, e aumentando o risco de obstrução dos vasos sanguíneos.

Para ela, o descaso das autoridades em relação à doença, caracteriza o racismo institucional.

"Uma doença antiga, comum, e continua no anonimato. Nós continuamos na luta por um melhor atendimento e por uma melhor qualidade de vida. Estamos num momento no qual a gente luta para que os municípios tenham hematologistas, tenham uma linha de cuidado e atendimento. Muitas vezes precisamos ir à justiça para conseguir um melhor atendimento", disse.

alesp